O governo de Joe Biden enfrenta um cenário de desgaste político e econômico, com crises internas e externas que culminaram na sua renúncia. A classe média americana, fragilizada por políticas econômicas contestadas e pelo aumento da xenofobia, viu-se cada vez mais insatisfeita com a administração democrata. Kamala Harris, vice-presidente, assume a candidatura democrata, trazendo um novo fôlego à disputa eleitoral contra Donald Trump.
“A situação se agravou com a crescente entrada de imigrantes ilegais, que impactou diretamente na vida cotidiana dos cidadãos. A xenofobia se intensificou, inflamando ainda mais as tensões sociais,” afirmou Ana Beatriz Prudente Alckmin, ambientalista, entusiasta do empreendedorismo feminino, pedagoga pela USP, pesquisadora no Instituto de Biociências da USP, e que está diretamente ligada à comunidade estadunidense em São Paulo. A política externa de Biden, especialmente seu apoio a Israel, gerou protestos significativos dentro de sua própria base democrata, principalmente entre os mais jovens.
Nos últimos meses, a saúde de Biden também se tornou um ponto de preocupação. Observadores notaram sinais de debilidade física e mental, como lapsos de memória e dificuldade de locomoção. Esses rumores, vindos de dentro da própria Casa Branca, minaram ainda mais a confiança pública em sua capacidade de liderar.
Desgaste e renúncia
Com a imagem desgastada e a crescente pressão política, Biden optou por renunciar à candidatura à reeleição. Esta decisão foi estratégica, pois abriu caminho para que Kamala Harris assumisse a liderança do Partido Democrata na corrida presidencial. Harris, com uma carreira sólida no meio jurídico e uma personalidade carismática, surge como uma figura forte e simbólica na política americana. Harris é uma mulher negra, filha de imigrantes, o que a coloca como um ícone de representatividade em um momento de divisões sociais intensas nos Estados Unidos. “Sua ascendência afro-americana e asiática a torna uma figura que pode atrair eleitores de diversas origens étnicas e sociais, contrastando fortemente com a retórica divisiva de Trump”, diz a especialista.
O desafio de Trump
Donald Trump encontrou um cenário político propício para sua campanha, com um Biden fragilizado. No entanto, “a tentativa de assassinato contra Trump, longe de enfraquecê-lo, o projetou como uma figura resiliente,” comentou Ana. O atentado reforçou sua imagem de força entre seus apoiadores, tornando a disputa ainda mais acirrada.
Com a entrada de Harris na corrida presidencial, Trump enfrenta agora uma adversária que sabe dialogar com a classe média, mulheres e lideranças religiosas. Kamala, uma promotora respeitada e uma oradora talentosa, traz um novo dinamismo à campanha democrata.
A eleição de 2024 se configura como uma das mais emocionantes e disputadas da história dos Estados Unidos. Kamala, com sua capacidade de mobilização e representatividade, trouxe novo vigor aos democratas. O cenário político está em constante mudança e os próximos meses serão decisivos para determinar o futuro da liderança americana.
Enquanto Trump recalcula suas estratégias, Harris precisa manter a chama da sua candidatura acesa, mostrando vitalidade e força para enfrentar os desafios e conquistar os eleitores indecisos. “Os debates prometem ser intensos, e o desfecho desta eleição ainda é incerto, mas uma coisa é clara: a política americana nunca esteve tão dinâmica e imprevisível,” concluiu Ana.
Fonte: Kassiana Bonissoni