A importância da vermifugação estratégica

O controle estratégico de parasitas é prática importante, visto que faz parte do controle sanitário geral do rebanho e a sanidade animal é um fator essencial e garantidora para que o rebanho possa expressar todo o seu potencial produtivo. Assim, o controle parasitário adequado, tanto dos parasitos internos ou externos, é essencial e envolve conhecimentos relacionados ao ambiente, aos animais, aos parasitos e aos antiparasitários.

No Brasil, o principal sistema de produção dos bovinos de corte é a criação a pasto e o clima brasileiro favorece a proliferação e a manutenção de cargas de agentes como vermes, carrapatos e moscas, praticamente durante todo o ano, o que demanda a implantação de uma estratégia antiparasitária eficaz, pouco onerosa e que vise desparasitar principalmente o ambiente através do emprego de estratégias de tratamento nos animais.

Na vermifugação estratégica a utilização racional de vermífugos adequados ocorre focando a máxima redução parasitária nas pastagens (ambiente) e a manutenção de carga mínima de infestação nos animais, compatível com a produção. Ao pensar no controle estratégico de parasitas em geral, tratar os animais priorizando as épocas de menor umidade relativa e/ou baixas temperaturas médias ambientais promove a redução da carga parasitária no animal em momentos em que as condições ambientais não são as melhores para o desenvolvimento e manutenção dos parasitos nas pastagens. Isso permite redução significativa da carga parasitária nas pastagens, onde a maior concentração de parasitos ocorre. Desta forma, o protocolo seguido de forma correta deverá priorizar uso de antiparasitários eficazes, potentes e de máxima persistência no controle dos principais parasitos dos bovinos no início, em torno da metade e ao final do período mais seco ou mais frio do ano. Estes períodos geralmente também coincidem com o aumento das infestações por ectoparasitos, especialmente pelo carrapato. O tratamento ao final destes períodos coincidirá com o início do período das chuvas e de temperaturas médias ambientais mais altas o que contribui para a melhoria das condições para o desenvolvimento de manutenção de altas cargas parasitárias no ambiente. Portanto este tratamento contribui para baixar as cargas parasitárias nos animais e em consequência também nas pastagens.

A utilização de endectocidas, produtos que controlam tanto as principais infecções verminóticas quanto as infestações por parasitos externos mais importantes, tem sido uma prática de grande valia devido a sua praticidade, mas é importante mencionar que existem diferenças entre os produtos endectocidas disponíveis no mercado, mesmo que apresentem o mesmo princípio ativo e a mesma concentração. Fatores como a formulação e os processos de fabricação de cada endectocida podem resultar em diferenças importantes quando avaliamos o período de proteção proporcionado, por exemplo.

Além disso, o período de carência para o leite e abate dos animais tratados com antiparasitários também precisa ser avaliado. Investimentos em pesquisas e na evolução da indústria farmacêutica veterinária, têm proporcionado o surgimento de endectocidas de alta potência e curtos períodos de carência para consumo de produtos de origem animal após sua utilização. Este é o caso do Eprecis®, da Ceva Saúde Animal, que tem zero período de carência para o leite e apenas 12 dias de carência para o abate.

A vermifugação estratégica do rebanho é uma prática que deve ser repetida anualmente na propriedade, e que pode ser executada em conjunto com outras práticas de manejo e sanidade animal, como as vacinações. É muito importante para estabelecimento do controle estratégico de efetivo das principais parasitoses conhecimentos relacionados as condições ambientais, aos parasitos, às categorias de animais existentes e aos próprios produtos disponíveis. Por isso é muito importante consultar o Médico Veterinário para estabelecimento do calendário. Assim, é possível extrair ao máximo a capacidade produtiva do rebanho de maneira prática e de baixo custo.

Fonte: Assis Comunicação