A Liga do Araguaia celebra 10 anos e reafirma seu compromisso com a pecuária de baixo carbono

Em 2024, o movimento de pecuaristas “Liga do Araguaia” completa dez anos de existência e de resultados práticos da pecuária sustentável brasileira – única no mundo. A celebração será no dia 17 de agosto durante o 15º dia de campo, realizado em Cocalinho, MT, na Fazenda Água Viva, o celeiro onde tudo começou.

A programação contempla apresentações relacionadas ao mercado de carbono, à gestão de pessoas e também ao histórico e legado já construído pelos pecuaristas da Liga do Araguaia. O grupo já teve impacto direto em dezenas de fazendas na região do Araguaia Mato-grossense e também é modelo de mobilização para pecuaristas de outras regiões do Brasil.

O presidente da Liga, Braz Peres Neto, relembrou a expectativa que havia quando da criação do movimento. “Quando iniciamos a Liga do Araguaia há dez anos, acreditávamos na transformação que viria da biodiversidade e do carbono. Durante esses anos, tivemos projetos de êxito, inclusive com pagamentos por serviços ambientais e acreditamos que muitos bons resultados ainda estão por vir, confirmando a vocação produtiva e de sustentabilidade da pecuária do Brasil”, comenta.

Entre os palestrantes do evento estão Arlindo Vilela (Novanis), Braz Perez Neto, Caio Penido e Frederico Simioni (Liga do Araguaia), Eduardo Cruzetta (ABPO). Participam também Jacqueline Lubaski (Lubaski), Lisandro Inakake (Imaflora), Nathalia Rocha (Morada Comum) e Lauriston Bertelli (Premix), com moderação de Roberto Grecellé (Prado). O evento promete, ainda, reunir uma plateia qualificada para promover uma discussão sobre as boas práticas e as tendências da pecuária sustentável, bem como os impactos das mudanças climáticas.

O evento é gratuito e promovido pela Liga do Araguaia, por meio de seu braço administrativo, o Instituto Agroambiental Araguaia. Tem o oferecimento da Morada Comum, OCP Brasil, Ambipar Environment, patrocínio da Premix e Estância Bahia Leilões e apoio Agroceres e Agro Amazônia.

O Legado da Liga do Araguaia

Fundada em 2014, a Liga reuniu um grupo de pecuaristas que tinham em comum a convicção de que uma fazenda não é constituída isoladamente por suas pastagens, animais ou ainda apenas por sua floresta ou seu grupo de pessoas, mas sim a soma de tudo isso, funcionando organicamente e articulando as três dimensões da produção sustentável: econômica, social e ambiental.

Durante esses dez anos, a Liga do Araguaia contou com projetos importantes, sendo vanguardista, especialmente, na preocupação com as questões climáticas e no projeto de sequestro de carbono.

Em 2015, foi implantado o primeiro projeto da Liga do Araguaia, denominado Carbono Araguaia que a partir da ferramenta GHG Protocol monitorou a redução de emissões resultante da adoção de boas práticas agropecuárias. Esse foi um projeto pioneiro envolvendo a pecuária brasileira e as baixas emissões.

Na sequência, outros projetos cresceram e tomaram corpo como o Garantia Araguaia que assegurava o apoio aos seus produtores na regularização ambiental e na intensificação sustentável de suas propriedades. Em seguida, nasceu o Garantia Araguaia Sustentável com um amplo protocolo para gestão socioambiental.

Concomitantemente, com a Embrapa Gado de Corte foi adotado o protocolo Carne Baixo Carbono (CBC), que resultou em um pioneiro relatório técnico de recomendações para as fazendas. A Liga contou ainda com o programa Rebanho Araguaia focado na gestão de fazendas e o Conserve no Araguaia que promoveu a compensação financeira a áreas com vegetação nativa e excedente de reserva legal.

Mais recentemente, a Liga do Araguaia também contou com o Araguaia Sustentável e inicia o projeto Gente Araguaia, ambos voltados a questões socioambientais, entre outros projetos que estão por vir ligados às questões de carbono.

Os projetos se concretizam a partir da adesão de pecuaristas e de parcerias estabelecidas com diversos atores capazes de aportar recursos humanos, tecnológicos e financeiros para contribuir com os objetivos do movimento em suas dimensões econômica, ambiental e social.

Fonte: Liga do Araguaia