Agropalma avança para entrar no mercado de carbono

A Agropalma, maior produtora de óleo de palma sustentável das Américas, anuncia o avanço do projeto REDD+ Ararajuba, realizado em parceria com a Biofílica Ambipar, empresa especializada em conservação de florestas e comercialização de serviços ambientais, na direção de alcançar os objetivos de entrada da empresa no mercado de carbono, agregar valor com o capital natural da companhia e reforçar as iniciativas de proteção e desenvolvimento das comunidades locais.

O projeto está localizado nos municípios de Tailândia, Moju, Tomé-Açu e Acará (PA), no nordeste do Estado do Pará, região de grande pressão de desmatamento e considerável histórico de degradação. Nesse contexto, sua principal finalidade é promover o desenvolvimento de atividades destinadas a mitigar as mudanças climáticas, reduzindo emissões de gases de efeito estufa causados pelo desmatamento e degradação florestal, bem como promover o bem-estar social e a conservação da biodiversidade local.

A iniciativa, que foi desenhada com a Biofílica Ambipar para ter duração de 30 anos, acaba de ser ampliada para 40 anos e irá viabilizar a geração de créditos de carbono. Responsável por uma área de 107 mil hectares na região amazônica, a Agropalma preserva 64 mil hectares de florestas, com investimentos anuais de cerca de R$ 1,5 milhão em seu programa regular de proteção florestal. As reservas florestais da empresa são habitadas pela Ararajuba, uma pequena arara amarela, muito bonita, que dá nome ao projeto. Ela é uma espécie endêmica da região que está ameaçada de extinção.

O projeto REDD+ Ararajuba conta com uma área de abrangência de mais de 50.519 hectares e engloba uma área que abriga mais de 907 espécies da fauna e flora, das quais 36 ameaçadas de extinção. Segundo estimativas da Agropalma e da Biofílica Ambipar, o projeto deve reduzir a emissão de CO2 em 671.744 por hectares/ano e evitar 13.951 hectares de desmatamento em 10 anos. 

A entrada da Agropalma no mercado de carbono já passou pelos processos de autoria, audiência e registro na Verra, organização que controla o mercado de crédito de carbono, onde está agora na fase de validação. Na sequência, serão emitidos os VCUs e a empresa receberá a certificação para iniciar a comercialização no mercado voluntário.

Produção sustentável

Uma das principais vantagens dessa cultura é sua alta produtividade. Dessa maneira, com a mesma área plantada é produzido de 10 a 20 vezes mais óleo vegetal do que em cultivos anuais, como soja e colza, entre outras. Assim, quando cultivado de modo sustentável, exerce menos pressão de desmatamento sobre os ecossistemas naturais. No caso da Agropalma, desde 2002 a empresa não pratica a conversão de áreas de floresta nativa. 

O cultivo da palma também pode fornecer uma importante contribuição para o meio ambiente devido a sua eficiência em sequestrar CO2 da atmosfera, quando o plantio é estabelecido em áreas já desmatadas no passado, como pastagens. 

Nessas condições, é possível sequestrar mais carbono em uma área menor de terra, um benefício comprovado em números: a cada ano, o estoque de carbono é de 6,32 toneladas de CO2 equivalente por hectare de palma. Ao longo de 25 anos, esse número pode chegar a 158,06 toneladas de CO2 equivalente por hectare. 

“Por meio do compromisso contínuo com práticas agrícolas responsáveis e investimentos em pesquisa e inovação, podemos aproveitar ao máximo o potencial do cultivo de palma como uma ferramenta essencial na luta contra as mudanças climáticas”, explica Tulio Dias Brito, Diretor de Sustentabilidade da Agropalma. 

Retorno para a região e a sociedade

O executivo revela que as receitas geradas a partir dos créditos de carbono irão viabilizar ampliação das iniciativas de proteção das florestas da Agropalma, além de permitir um volume maior de aportes de recursos em ações sociais que gerem retorno para as próprias comunidades do entorno. “Trata-se de um projeto em que todo mundo ganha: quem compra os créditos, a Agropalma, preservando o meio ambiente, e a comunidade se desenvolvendo e ajudando a manter a floresta em pé. Estamos bastante animados com o projeto e com as oportunidades que ele nos traz”, afirma. 

Fonte: Tatiana Moura