Transição de safra antiga para nova irá produzir uma redução na oferta de compra;

“Conforme avançamos para o Oeste, temos rendimentos cada vez mais baixos no milho. Muita dificuldade com falta de humidade, que ocorreu desde o início de Julho até meados de Agosto”. A afirmação é de Daniel Basse, presidente da consultoria norte-americana AgResource Company, que participa da Pro Farmer Midwest Crop Tour nos Estados Unidos.

“Mudamos nosso caminho, desviando mais para o Oeste, porque é onde a queda de produtividade realmente está. Se for acontecer uma perda nos EUA esse ano, será no oeste de Iowa, Nebraska, Dakota do Sul, Kansas e Missouri”, acrescentou o economista especializado em commodities.

A viagem de inspeção privada e voluntária pelas lavouras se encerra nesta quinta-feira, 25 de Agosto, e a expectativa é de um melhor rendimento nos estados de Iowa, Minnesota e Illinois. O rendimento do milho foi fixado em 177,8 bushel por acre, abaixo em comparação com a média de três anos, que é de 178,2 bushel por acre.

“Já a contagem de vagem de soja em Indiana ficou em 1166 ante a média de 3 anos de 1148. O milho de Indiana deve estar na média e o potencial de rendimento da soja dependerá da previsão do tempo para o final da temporada. Em Nebraska, o rendimento do milho e contagem de vagem de soja foi menor comparado a média de 3 anos. Assim, o mercado viu uma redução do potencial de rendimento do estado, além dos rendimentos decepcionantes na Dakota do Sul”, afirma a AgResource Company.

E OS PREÇOS, COMO FICAM?

Ao passo que a colheita está prestes a começar no Meio Oeste, afirmam os analistas de mercado, a transição de safra antiga para nova irá produzir uma redução na oferta de compra de basis à vista. “Estes já começaram a cair na terça-feira no rally dos futuros, com o milho caindo 20 centavos de dólar e a soja sendo ofertada contra novembro. Muitos usuários finais têm cobertura até 10 de setembro e não estão dispostos a pagar prêmios por ofertas à vista. Os esmagadores de soja estão buscando preencher o abastecimento”, dizem eles.

A AgResource acredita que “não se deve seguir o rally de preços, e os riscos são inclinados para o lado negativo quando a Tour Pro Farmer terminar. A soja deve liderar o lado negativo, já que os EUA têm potencial para produzir uma safra recorde em setembro. Os futuros de soja de novembro não se justificam antes da colheita dos EUA”.

Fonte: AGROLINK  / Por: Leonardo Gottems