Análise do Especialista Grão Direto

Análise do Especialista Grão Direto: manifestações e greves impactam mercado agrícola brasileiro 

UBERABA, MG – 14 de setembro, 2021 – Confira a nova análise do Especialista de Mercado da Grão Direto sobre às cotações da Bolsa de Chicago e os preços praticados no mercado para SOJA, MILHO e SORGO.

MILHO – O MERCADO NA ÚLTIMA SEMANA

As cotações de milho disponível no Brasil, tiveram um recuo em todas as regiões, na última semana.  As incertezas ocasionadas pelas manifestações e greves, deixaram os compradores receosos, pela insegurança de não conseguir transportar os produtos comercializados.

A queda também está sendo influenciada pela importação de milho, que teve um aumento de 44% neste ano, em relação ao mesmo período no ano passado. Além disso, na exportação, houve uma redução de 41% no ano de 2021, quando comparado à mesma época em 2020, ou seja, o aumento da importação e a redução da exportação impactaram diretamente no acréscimo da oferta do grão no mercado interno. Por falar em exportação, a Bolsa de Chicago (CBOT), finalizou a semana negativa, acumulando uma queda de -1,4%, fechando a 5,02 dólares por bushel.

Enquanto isso, o dólar teve uma semana curta, de alta volatilidade diante das manifestações políticas. A moeda chegou a ser cotada em 5,33 reais (alta de 2,81%) na quarta-feira, porém, teve um declínio e fechou a semana com uma valorização de 1,7%, valendo 5,27 reais, após o discurso do presidente brasileiro.

A queda na Bolsa de Chicago se manteve na expectativa do relatório do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), que poderia trazer uma melhora na produtividade, devido às últimas semanas chuvosas nas áreas de produção norte americanas.

Porém, nesse cenário com a Bolsa de Chicago em baixa e dólar em alta, o mercado de exportação ficou com preço estável, mas sem impactar os preços no mercado interno, que ainda estão sendo praticados em valores mais altos.

O QUE ESPERAR DO MERCADO PARA ESSA SEMANA

Para esta semana, as cotações no mercado interno poderão reverter a tendência de queda e voltar a ter alta. Isto ocorre, porque as compras internas deverão continuar após as incertezas ocasionadas pelas manifestações e greves. O mercado também deverá sustentar os resultados do boletim da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), que reduziu novamente a expectativa de produção brasileira de 86 para 85 milhões de toneladas. 

SOJA – O MERCADO NA ÚLTIMA SEMANA

A semana passada foi um pouco mais curta que o normal na Bolsa de Chicago, por conta do feriado nos EUA, na segunda-feira (06/09). Apesar da soja ter caído por volta de -1,90% até quinta (09/09), na sexta-feira conseguiu recuperar boa parte, fechando a semana com uma leve queda de -0,6%, valendo 12,75 dólares por bushel. Os motivos da queda se referem à falta de demanda expressiva da China e a expectativa dos índices apresentados pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos).

Segundo o relatório de “Estoque e Demanda Global” (WASDE), nos EUA, houve bastante alteração nos números relacionados à soja nesta safra. A previsão de produção acabou sendo elevada em +0,8%, com produtividade subindo de 56,04 sacas por hectare para 56,71 sacas por hectare. Os estoques do país também foram elevados em +16%. Em relação ao Brasil, apenas os estoques finais tiveram leves aumentos, passando de 27,4 milhões para 27,9 milhões de toneladas.

Com a Bolsa de Chicago em leve baixa e dólar em alta, os preços da soja no Brasil subiram e foram potencializados pela entressafra da oleaginosa. 

O QUE ESPERAR DO MERCADO PARA ESSA SEMANA

Para esta semana, o mercado da soja está focado na safra brasileira 21/22, juntamente com a colheita nos Estados Unidos, gerando algumas incertezas na produção mundial. A demanda chinesa pode ajudar a aquecer os preços. Com isso, a Bolsa de Chicago pode voltar a subir. Entretanto, o dólar deverá ficar próximo da estabilidade, pois o mercado ainda está reagindo aos efeitos causados pelas manifestações recentes.

Com a Bolsa de Chicago em alta e dólar estável, os preços de soja 2021 e 2022 terão mais uma semana de alta no mercado interno.

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