Aprosoja/MS e Banco do Brasil negociam ampliação de linha de crédito a produtores do Estado

Um dos maiores desafios enfrentados pelo agricultor é o financiamento da produção. Todo empreendedor rural precisa de recursos para custear os investimentos realizados ao longo do cultivo. Atualmente, existem cinco modalidades de financiamento de safra, entre elas, a utilização de recursos livres, que é uma linha especial de crédito oferecida pelos bancos, em especial pelo Banco do Brasil, aos produtores que já utilizaram o valor máximo em linhas com juros subsidiados.

Pensando em estimular a utilização dessa modalidade, a Aprosoja/MS e o Banco do Brasil, em Mato Grosso do Sul, negociam projeto de ampliação de oferta desses recursos.

Gastos

Em 2016, o custo de produção do milho safrinha transgênico Bt+RR foi calculado em R$ 2.103,52 por hectare, alta de 23,38% frente aos R$ 1.705 necessários na safrinha do milho de 2015. Os números, além de representarem encarecimento ao bolso do produtor, apontam para a necessidade de flexibilização de linhas de crédito.

“O que estamos buscando com o Banco do Brasil são alternativas de apoio ao produtor na gestão de seus negócios através de linha de crédito complementar, com agilidade”, afirmou Christiano Bortolotto, presidente da Aprosoja/MS.

Modalidades

Parte do custeio necessário para investir na compra de insumos, de defensivos agrícolas, sementes e até mesmo maquinário, por exemplo, podem ser retirados diretamente do bolso do produtor com a utilização de recursos próprios, ou seja, o saldo positivo que ele tem em conta.

Também existe a modalidade de troca de insumos, que é uma forma de venda antecipada. Nesse caso, o agricultor adquire produtos que só serão pagos ao final da safra, com soja de sua produção.

Nessas modalidades, o produtor abre mão do poder de decisão quanto ao melhor momento da venda, pois os vencimentos em geral são para o fim do período de colheita, época em que tradicionalmente o produto tem seu preço reduzido em função do aumento da oferta. Em relação à trava de preços do produto, o produtor pode perder a oportunidade de lucrar com uma eventual alta de preços.

Uma opção parecida com essa é o financiamento por meio de trading. A empresa entrega o produto ao agricultor, como defensivo ou adubo, mas só recebe o pagamento pela venda, em dinheiro, após a colheita.

Recursos livres

Neste sentido, o custeio com recursos livres se apresenta como uma excelente solução de crédito para o produtor custear sua safra, com custos semelhantes às outras alternativas citadas, mas com um grande diferencial, pois permite maior flexibilidade de tempo e poder de escolha ao produtor, de quando e como comercializar sua produção.

Como primeira alternativa, além das opções acima expostas, o produtor pode custear suas despesas com o plantio, manejo e colheita da safra por meio de recursos controlados, lastreados pelo Plano Safra, programa que utiliza verbas federais para financiar a agropecuária nacional com juros de 8,75% ao ano. Nesse financiamento, há limite pré-determinado para cada agricultor, cujo teto é de R$ 1,2 milhão.

Em muitas situações, no entanto, o empreendedor precisa de mais dinheiro para custear a lavoura. Nesse caso, ele pode recorrer aos recursos livres, a linha de crédito que os bancos disponibilizam aos produtores que já utilizaram o limite de R$ 1,2 milhão de recursos controlados.

Mais recursos

Para o superintendente do Banco do Brasil de Mato Grosso do Sul, Evaldo Emiliano de Souza, essa parceria com produtores rurais é muito importante. “Em Mato Grosso do Sul temos uma das menores taxas de inadimplência do País, em torno de apenas 1%. Assim, a adimplência do produtor sul-mato-grossense é revertida de forma positiva em benefícios nas negociações com o banco”, conclui o superintendente.

Agrolink com informações de assessoria