O movimento destaca como o aperto na política monetária da Argentina tem espremido o setor agrícola com taxas de juros ao redor de astronômicos 60%, que prejudicam investimentos necessários para manter valiosos rebanhos de vacas e bezerros por vários anos até a maturidade.
“Os fazendeiros, sem fonte real de financiamento, estão procurando liquidez por meio dessas vendas de vacas”, disse à Reuters o presidente da Federação Agrária Argentina, Carlos Achetoni.
A câmara argentina do setor de carnes, CICCRA, disse que no primeiro semestre de 2019 as fêmeas representaram 50,1% dos animais sacrificados, maior nível nas últimas três décadas e bem acima da taxa máxima vista como sustentável, de cerca de 43%.
Essa tendência pode levar o rebanho do país a ser reduzido em até 400 mil cabeças em 2020, ante um total de 53 milhões de cabeças em março.
“É uma decisão de sobrevivência”, disse o presidente da CICCRA, Miguel Schiaritti.
Segundo ele, os fazendeiros estão precisando pensar no curto prazo e se desfazer de ativos porque não conseguem tomar empréstimos às atuais taxas de juros.
Fonte: Reuters