Baixas temperaturas podem atrasar a germinação e emergência da soja

Condição ideal do solo para semeadura é de 25ºC

Por Joélen Cavinatto com revisão de Aline Merladete

As temperaturas incomuns observadas nesta primeira semana de novembro, com termômetros que bateram temperaturas negativas em diversas regiões do país, principalmente em locais de maior altitude, podem causar atraso na germinação e emergência da soja. Temperaturas reduzidas são interpretadas como uma condição de estresse no processo inicial de desenvolvimento da cultura, podendo ocasionar um estabelecimento de plantas desuniforme e consequentemente, um reduzido rendimento produtivo das áreas.

A condição climática anormal para este período do ano, é justificada pela ocorrência do fenômeno La Niña, um resfriamento das águas do Oceano Pacífico, na Linha do Equador, que afeta as temperaturas e o regime hídrico em todo o mundo, favorecendo episódios de geada e estiagem, que podem comprometer o desenvolvimento de diversas culturas.

A soja é uma planta de verão, por isso, apresenta melhor desenvolvimento em regiões com faixa térmica de 20 a 30ºC, sendo altamente responsiva à variações climáticas extremas. Na operação de semeadura, a temperatura do solo é um fator fundamental para uma germinação e emergência uniforme, e 25ºC é a condição ideal para deposição dos materiais. Temperaturas abaixo de 10ºC paralisam o desenvolvimento da planta, enquanto que, temperaturas superiores a 40ºC, provocam problemas na floração.

Cenário: No Rio Grande do Sul, a semeadura da oleaginosa se desenvolve em ritmo lento, já que muitos produtores ainda finalizam a colheita das culturas de inverno. Entre cidades apontadas pelo Informativo Conjuntural da Emater/RS, o maior avanço ocorreu em Manoel Viana, com 15% da área já semeada, seguido de Candiota, com 10%. Para o ciclo 22/23, a área estimada é de 6,5 milhões de hectares, com produtividade de 3,1 mil kg/ha e produção de 20 milhões de toneladas.

Fonte: Agrolink