Poucas novidades no noticiário do overnight, o que não garante um dia tranquilo para os mercados dado o feriado de amanhã, com fechamento antecipado do mercado de bonds e vencimento de opções de ações.
Até agora, a maior movimentação dos ativos se dá entre as commodities, com o petróleo cedendo 1,5%, metálicas também no negativo, com exceção do minério de ferro que sobe 2% e seguem negociado acima de US$ 150. Nesse petróleo X minério, o futuro do Ibovespa abre próximo do zero a zero.
Não é novidade para hoje, mas é interessante lembrar que a Agência Internacional de Energia (AIE) apontou em relatório desta semana que os membros da OPEP+ forneceram apenas 10% do aumento de oferta sugerido mês passado. Ao mesmo tempo, a AIE também cortou suas previsões de demanda devido às restrições do Covid-19 na China. Entre essas forças contraditórias para preços, ainda nos parece mais importante o excesso de demanda/escassez de oferta da commodity, o que sustenta sua cotação.
Também chama atenção o desempenho negativo do real, de volta acima de R$ 4,70/US$. As demais emergentes também pioram ao redor de 0,5%. O euro também opera em queda depois do banco central europeu manter as taxas inalteradas e não sinalizar grandes intenções de se movimentar nas próximas decisões, o que pesa marginalmente contra a moeda da região.
Por aqui, a decisão do presidente Jair Bolsonaro de aumentar os salários dos funcionários públicos federais em 5% a partir de julho — segundo fonte — pressiona apenas marginalmente os ativos domésticos. A lógica seria “melhor assim do que negociar no varejo”, onde o custo poderia ser maior.
O aumento, se de fato ocorrer, deverá ser financiado por cortes em emendas; como o governo não tem espaço fiscal, o dinheiro deverá vir de cortes de emendas ao orçamento de parlamentares. Em suma, ainda é preciso combinar com os servidores e com o Legislativo.
Por fim, vale notar a aparente redução na distância entre os primeiros candidatos nas pesquisas eleitorais. Segundo agregadores, esse gap já foi de aproximadamente 20 pontos percentuais e, hoje, estaria mais próximo de 10. Segundo o Agregador UOL, a chance de reeleição do presidente Jair Bolsonaro saiu de 12% em meados de dezembro/21 para os atuais 32%.
Fonte: Marco A. Caruso | Eduardo Vilarim