O anúncio do Plano Safra 2016/2017 foi antecipado em mais de um mês pelo Ministério da Agricultura. A divulgação das novas condições de financiamento serão conhecidas já na próxima quarta-feira, dia 04, como revelou, em primeira mão, o blog últimas de Brasília. Ministra Kátia Abreu lança Plano Safra antes do impeachment
A antecipação do anúncio do Plano Safra foi entendida por muitos como um sinal de que a atual ministra da Agricultura, Kátia Abreu, dá como certa a saída do governo Dilma via processo de impeachment e , por isso, adiantou em mais de um mês o tradicional anúncio dos planos de crédito para a safra agrícola. A repercussão da notícia foi imediata na Agrishow e as instituições financeiras se posicionaram sobre a decisão do Governo Federal.
Para o Banco do Brasil, principal financiador das atividades do agronegócio do país, as condições do atual Plano Safra devem valer até o fim de junho, independentemente da antecipação do anúncio do Plano 16/17 previsto para a semana que vem em Brasília.
“Se houver mudanças no próximo Plano Safra, quem tomar crédito com a gente agora vai pegar nas condições atuais. Como acontece todo o ano, o Plano Safra tem início em 1 de julho e vai até 30 de junho do ano sequente. Se mantido como nos últimos anos, essas novas condições terão validade até dia 01 de julho e até lá vamos operar com as condições do plano atual”, enfatizou o superintendente do Banco do Brasil, José Sardelari.
Bancos privados, como o Santander, que está tentando aumentar a participação nos financiamentos do setor agropecuário, avaliam como positiva a antecipação do Plano Safra.
“É importante a antecipação porque já diz o que vai acontecer e termina com a expectativa. Não sabemos se os juros vão subir, mas existe uma tendência que aumente os juros. Ainda não dá para ter certeza até o anúncio”, avalia o superintendente de agronegócio do Santander,
Em meio as incertezas políticas, a questão que também apareceu entre o público presente na Agrishow é se as regras do Plano Safra divulgadas no atual governo Dilma podem sofrer alterações no caso de um processo de impeachment. Segundo o ex-secretário de política agrícola, Ivan Wedekin, o risco existe.
“As medidas de governo tem uma validade até eventualmente serem alteradas. O que se espera é que qualquer alteração no plano seja para favorecer o agronegócio brasileiro”, explicou Wedekin.
Por: Kellen Severo