Empresa aposta em metodologia de geração de ativos ambientais rastreáveis por meio de blockchain que envolve toda cadeia ESG e já conta com um faturamento de US$ 40 milhões para o primeiro ano. Em seu conselho conta com especialista em diversas áreas.
Transformar os ativos de compensação ambiental em tokens de carbono rastreáveis via blockchain, considerando os valores de todo o ecossistema — florestas, solo, modelo de produção agrícola ou pecuária e a forma como é cuidada e regenerada a hidrologia e a biodiversidade da região é a premissa da Bluebell, empresa de tecnologia ambiental responsável por criar e administrar ativos ambientais, conectando produtores e compradores de compensação ambiental.
“O crédito de carbono é um formato mais antigo de gerar as compensações. A novidade é o uso do token atrelado à tonelada de carbono que é sequestrado. Para esse modelo é necessário o uso do blockchain, que permite o rastreio do processo, diferente dos projetos de geração de crédito de carbono que não têm histórico de dados. A Verra, entidade que certifica e registra a maior parte dos créditos de carbono transacionados no mercado voluntário, já está seguindo essa proposta”, explica Phelipe Spielmann, fundador e CEO da Bluebell.
Outras duas variáveis que estão na aposta da nova operação, além da questão ambiental, são as iniciativas voltadas às práticas sociais e de governança. De acordo com Spielmann, para associar o crédito de carbono aos indicadores ESG (governança ambiental, social e corporativa), é preciso atuar em todos os pilares.
Pelo lado ambiental, a metodologia da Bluebell é universal e aceita por órgãos internacionais como a ONU (Organização das Nações Unidas) e envolve a análise de todo ecossistema da região para a emissão e a comercialização dos ativos. No quesito social, 2% de todo o recurso gerado pela Bluebell será revertido para a comunidade local da propriedade certificada. E, na linha de governança, os ativos ambientes são transformados em tokens 100% rastreados por blockchain, garantindo o lastro, a transparência e a segurança do processo. De acordo com o executivo, todo esse processo reforça a criação da ‘safra ambiental’, que é o resultado da valoração do ecossistema.
Para colocar a operação no mercado e iniciar as suas atividades, a Bluebell desenvolveu internamente um sistema com algoritmo próprio de valores, que considera os padrões internacionais de avaliação, e contou com um time executivo científico de engenheiros ambientais e florestais, matemáticos e cientistas de dados, com ampla experiência neste segmento, além de envolver um conselho de peso, que apoiou em diferentes frentes a definição dos diferenciais da empresa.
O conselho envolve nomes como Izabella Teixeira, ex-ministra do Meio Ambiente; Eliane Lustosa, conselheira há mais de 20 anos de empresas brasileiras listadas na B3, como CCR, Solví Part, BMG, IBGC, Fibria, Coimex, ALL Logistica, Metalurgica Gerdau, Perdigão, CPFL e BNDES; J.G. Monforte, fundador do Programa de Gestão de Patrimônio e que teve passagens como presidente do conselho da Eletrobrás, presidente do IBGC, conselheiro da JBS, presidente da CC Investimentos e Participações e vice-presidente da ANBID; e Ludovino Lopes, especializado em direito ambiental internacional e responsável pela criação legal do Bolsa Floresta da Amazônia, pela Lei de Manejo Florestal do Acre e pelo PSA (Pagamento de Serviços Ambientais) do Estado de São Paulo.
Os projetos da Bluebell recebem a anuência de certificadoras internacionais e nacionais, como Verra, Gold Stantard e Bureau Veritas, e, com apenas três meses de operação, a empresa já detém 400 mil hectares de áreas assinadas, o que equivale a uma carteira de US$ 40 milhões de faturamento já previsto para o primeiro ano. Entre seus primeiros clientes então a Eisa, uma das maiores tradings de commodities de café e algodão do Brasil, e a Minerva, líder na América do Sul na produção e comercialização de carne e derivados.
Fonte: Renata Negri