Brasil já traz trigo argentino por barcaças

De acordo com apuração da Consultoria Trigo & Farinhas, houve dois negócios de trigo argentino transportado por barcaças a partir do porto de Rosário até Puerto Iguazu, na região de Foz do Iguaçu e com destino final nos moinhos da região oeste do estado brasileiro do Paraná. A primeira foi de 1.500 toneladas e a segunda de 1.000 toneladas.

“Falamos com o embarcador de pelo menos uma delas. Ele nos disse que a experiência não foi satisfatória, ainda, porque foi ‘cara’, isto é, os preços finais não agradaram aos compradores, que conseguiam preços mais baratos por trigo local. E por que uma importação mais barata via barcaça seria mais ‘cara’ do que uma importação via marítima? Devido à qualidade do trigo local produzido”, explica o analista Luiz Fernando Pacheco.

Segundo ele, a trading que fez estas importações costuma trazer trigo argentino para o Rio Grande do Sul: “Ora, a qualidade do trigo neste estado é muito inferior à qualidade do trigo do PR, mesmo em anos bons, como em 2016. No PR se tem trigo semelhante ou até melhor que o argentino. Então, um argentino barato, no PR é caro, porque se pode conseguir trigo de qualidade igual ou melhor, por preço menor”.

Pacheco projeta que 300 mil toneladas deverão vir para o Oeste paranaense pelo pequeno e desestruturado terminal portuário de Puerto Iguazu: “Talvez o susto provocado por este volume faça as autoridades argentinas o estruturarem melhor. O trigo chegado por Paranaguá tem a desvantagem de ter que ser em grandes volumes. Já do lado Oeste do estado a grande vantagem é a importação direta parcelada. O grande problema é a pouca estrutura do porto argentino de Puerto Iguazu, o que pode estrangular as operações”.

Fonte:  AGROLINK –Leonardo Gottems