A Semana Internacional do Café (SIC), que acontece entre os dias 8 e 10 de novembro no Expominas, em Belo Horizonte, é reconhecida como o maior e mais importante evento do setor do café no Brasil e um dos principais do mundo. O encontro deste ano destaca um dos assuntos mais relevantes do mercado internacional na atualidade: a sustentabilidade, tendo como tema central “Origens produtoras – uma visão de futuro para uma nova cadeia do café”.
Fazendo referência ao novo cenário mundial, que leva em consideração práticas, bem como produção e consumo sustentáveis em todos os setores, com o tema escolhido, a organização do evento pretende, além de instruir, ampliar e trazer luz ao trabalho de excelência e sustentabilidade dos produtores de café brasileiros, visando uma maior promoção das origens produtoras de café no país.
O tema, bastante conhecido no mundo dos vinhos, seu primeiro registro de denominação de origem surgiu em 1756, com o intuito de demarcar e proteger a Região do Vinho do Porto, em Portugal, que por conta de sua fama conquistada pela qualidade, vinha sofrendo adulteração e pirataria. Assim se instituiu a lei que, posteriormente, se disseminou por toda Europa nos mais diferentes países como França, Itália, Espanha, entre outros.
No Brasil, essa estratégia de proteção e geração de valor para os produtos e serviços provenientes de determinadas origens chegou ao país em 1996, com a criação do marco legal da indicação geográfica (IG) pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), que se subdivide em dois tipos de registros: indicação de procedência (IP), que atesta a fama e notoriedade de determinado território reconhecido pela produção de determinado serviço ou produto; e denominação de origem (DO), que atesta o saber fazer, a qualidade e a exclusividade de determinado produto, pelas características únicas relacionadas também ao território.
“Quando falamos em café brasileiro, temos que levar em consideração não apenas a qualidade de nossos grãos, mas também a diversidade de cada uma das regiões produtoras. É esta variedade de terroir, cultura, clima e uma série de outros fatores que tornam a cafeicultura brasileira a mais respeitada do mundo”, afirma Caio Alonso Fontes, diretor da Espresso&CO e um dos realizadores da SIC.
“O café é o produto que detém maior número de registros de Indicação Geográfica no Brasil. São 35 regiões produtoras que contam com um total de 14 registros, sendo nove de Indicação de Procedência e cinco de Denominação de Origem. Dessas, Minas conta com nove regiões reconhecidas, sendo sete com Indicações Geográficas, quatro com denominações de origem e três com Indicações de Procedência. São esses registros que agregam valor ao café e identificam características únicas de cada região produtora”, explica a analista de agronegócios do Sistema Faemg Senar, Ana Carolina Gomes.
Com consumidores cada vez mais conscientes e exigentes, as origens produtoras se tornaram um diferencial importante para competir nos mercados nacional e internacional. Neste sentido, o Sebrae Minas tem se empenhado, juntamente com as regiões produtoras, na estruturação e promoção das origens de café do estado. Hoje são nove origens que contam com suas estratégias de marca territorial desenvolvidas e seus planos de ação para que, de olho no futuro e nas tendências, consigam impactar positivamente toda a cadeia produtiva do café e seus territórios.
São elas: Chapada de Minas, Região das Matas de Minas, Campo das Vertentes, Mantiqueira de Minas, Região Vulcânica, Sudoeste de Minas, Canastra, Região de Campos Altos e Região do Cerrado Mineiro. “Todas elas participam de inúmeras ações estratégicas de valorização da origem, qualidade, gestão, mercado e muito mais”, explica o presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae Minas, Marcelo de Souza e Silva.
Desde seu lançamento, em 2013, a SIC gera grandes oportunidades para toda a cadeia do café brasileiro, olhando tanto para o mercado nacional quanto internacional. Neste ano, são esperadas mais de 20 mil pessoas, de até 40 países, abrindo espaço para conexões e transações comerciais para todo o setor.
A SIC tem foco nas transações B2B, incluindo desde produtores de café, passando por representantes de empresas que atuam em todas as etapas da cadeia produtiva de seleção, processamento e embalagem do grão – chegando até grandes e pequenos empresários do setor, como por exemplo pessoas que estejam se preparando para abrir uma cafeteria. Além disso, o evento conta com a participação de agrônomos, mestres de torra, baristas e representantes de setores complementares, como o de leites vegetais.
Fonte: Ágata Fidelis