A Terra Santa, fazenda corporativa produtora de grãos e oleaginosas, anunciou um prejuízo líquido de R$56,8 milhões em 2020.
Nem tudo são flores, quando o dólar impulsiona o preço de commodities lá para cima. Principalmente para a fazenda que mantém um alto nível de endividamento atrelado ao dólar, e que, junto a demais custos financeiros, empurraram os resultados líquidos para o negativo.
Isso porque a fazenda bateu recorde de lucro operacional, com maior EBITDA ajustado de sua história, R$222,4 milhões. Tudo certo no campo! Tudo muito preocupante no escritório!
Como sempre no agronegócio, decisões a nível de escritório podem mudar os rumos do patrimônio, seja ele empresarial ou familiar.
Muito menos para quem importa insumos!
Tereza Cristina, Ministra da Agricultura, anunciou a criação de um grupo para elaborar um rascunho do Plano Nacional de Fertilizantes, e apresentar ao Presidente Jair Bolsonaro, em até 120 dias. A Ministra quer fomentar o aumento da produção de fertilizantes, de maneira a reduzir a dependência do país à importação destes produtos.
Atualmente, 80% do insumo do país é importado. E está diretamente ligado ao dólar. A Ministra relaciona o tema à segurança alimentar, a segurança nacional. E, de fato, os altos preços dos insumos poderão provocar danos financeiros irreversíveis para aqueles produtores que não se prepararem para uma virada do dólar, e do preço de commodities no mercado.
Terão comprado insumos na alta, e venderão sua produção na baixa.
Quem agrega preço no mercado mundial, pode comemorar!
A Amaggi, maior empresa do Mato Grosso, anunciou a aquisição das operações de fazendas do grupo argentino El Tejar, no Brasil. A empresa, segundo o Valor, agregará mais 62 mil hectares, e elevará sua capacidade de produção agrícola em 34%.
Com a aquisição, a fazenda corporativa pretende aumentar sua participação no mercado mundial de soja certificada, com foco na sustentabilidade das lavouras. Como nas certificações TRS (Round Table on Responsible Soy Association) e ProTerra.
A Amaggi informou que detém 30% da comercialização global de soja certificada. Mais uma empresa consolidando estratégias de descomoditização da cadeia produtiva de alimentos.
Já quem compra mais caro… também!
A cooperativa neozelandesa Fonterra, reportou um lucro após impostos, 22% menor, no primeiro semestre fiscal de 2021, quando comparado a 2020. A empresa se diz satisfeita com o resultado.
A pergunta que fica então: Foi o resultado do ano passado que foi muito bom, então? Exatamente!
E foi puxado pela venda de marcas e operações, e não pela venda de derivados de leite. Portanto, operacionalmente, a empresa vai bem.
Ainda que a mesma tenha demonstrado preocupações com a compra de leite cru, que tem sofrido aumentos de preços. A própria empresa comunicou que seus planejamentos para o segundo semestre esperam pressões significativas sobre o lucro.
Quando a empresa tem boa gestão, entende a operação, e sabe o que vem pela frente. Oscilações de resultados e preços de compra não tiram, e não deveriam tirar, o sono dos envolvidos no negócio.
Fonte: Perfarm.Com