Carne bovina: Inflação ‘morde’ proteína do consumidor

Dia de promoção em açougues e supermercados é dia de muito movimento e sinônimo de filas para quem quer comprar cortes de carne bovina com preços mais acessíveis. O quilo da proteína vermelha, que até bem pouco tempo atrás era indispensável na mesa de boa parte dos brasileiros, começa a ceder espaço, seja em quantidade como em frequência para outros tipos de carnes. O frango tem sido o maior concorrente. Levantamento realizado periodicamente pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) revela que dos principais cortes bovinos, todos, com exceção do cupim, sofreram alta de preços na comparação com os valores apurados em abril do ano passado. Em média, o quilo da carne bovina está 10% mais caro do que há um ano.

A recordista de alta é a alcatra que variou 17,17%. O preço médio apurado pelo Imea nesse mês foi de R$ 27,48 o quilo. Na comparação com a média de março, a alta foi de 7,26%. Outro corte com elevação considerável entre abril de 2015 e 2016 foi o músculo: 14,42%, atualmente com o quilo cotado em média a R$ 14,92. Considerando a inflação acumulada no período dos últimos 12 meses, quase não há mais distinção entre a chamada ‘carne de primeira’ e a ‘carne de segunda’, já que a maior parte dos cortes exibem altas de dois dígitos. Ainda avaliando as altas, a menor registrada foi percebida na paleta, 6,07%, com preço médio atual de R$ 16,23 por quilo.

A exceção do período foi o cupim que recuou o valor no varejo em 4,70%. Conforme o levantamento do Imea, o quilo médio está em torno de R$ 16,82.

A aposentada Ana Ferreira, conta que o frango ganhou a preferência dela na hora das compras. “A gente vai revezando o tipo de corte, o modo de preparo. De fato tenho preparado mais carne de frango do que carne bovina em casa. E isso vem ocorrendo desde o ano passado”.

Além da inflação, da perda de poder de compra dos consumidores, há elevação nos custos de produção – especialmente diesel e energia –, menor oferta de animais prontos ao abate e valorização da arroba.

REFLEXO – Ainda de acordo com o Imea, o preço da Cesta Básica de Cuiabá, calculado em março, foi de R$ 417,93, recuo mensal de 0,4%. “No entanto, se comparado ao valor de março de 2015, há um incremento anual de 19%, já que o conjunto composto por 13 itens estava cotado a R$ 351,87”.

 

Diário de Cuiabá
Autor: MARIANNA PERES