Faeg apresenta balanço agropecuário em 2017 e traça expectativas sobre o setor em 2018
Uma das principais forças econômicas do Brasil, a agropecuária continua a colecionar resultados positivos em 2017. Além de impulsionar os recordes da balança comercial, ela tem sido determinante para a queda da inflação e para a retomada da economia brasileira. Prova disso, é que o setor gerou mais de 64 mil novos empregos em Goiás – 18% maior do que 2016. Com essa informação foi que o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), José Mário Schreiner, recebeu a imprensa goiana, nesta terça-feira (19). O motivo do encontro foi para apresentar o balanço da agropecuária em 2017 que chega ao fim e as perspectivas do ano que se aproxima.
Schreiner levantou números positivos para mostrar que o setor agropecuário em Goiás teve um bom desempenho, como exemplo, ele citou a elevação de 24,6% na produção de grãos – 21,8 milhões de toneladas – com apenas 0,5% de aumento na área – 5,24 milhões de hectares. Apesar deste destaque, em 2018 é esperado um comportamento diferente. Segundo projeções do Instituto para o Fortalecimento da Agropecuária de Goiás (Ifag), apesar do aumento da área de 1,2%, a queda esperada será de 2,2% na produção total de grãos em Goiás – passando de 21,8 para 21,3 milhões de toneladas. Mesmo com este recuo na produtividade, Schreiner ressaltou que 2018 será o ano de oportunidade e reação.
Segundo José Mário, o setor foi o propulsor da retomada do crescimento econômico, muito beneficiado pela geração de empregos e pelo bom desempenho na balança comercial, que mede todas as trocas realizadas entre o País e o restante do mundo. O Produto Interno Bruto (PIB) também é um dos protagonistas na sustentação da economia – aumento de 14,5% no acumulado de janeiro a setembro de 2017. Apesar disso, Schreiner salientou que o Brasil ficará entre os 15 piores crescimentos de 2017, abaixo da média mundial que é de 3,6% e da América Latina de 1,2%.
As razões para estes números desfavoráveis do País são internas e múltiplas, entre elas estão queda de confiança, esgotamento de crescimento de consumo, incertezas políticas, alta dívida pública e aprovação das reformas trabalhistas e previdenciárias. José Mário falou também sobre a atual turbulência política e econômica do País, com endividamento do governo, das famílias e os impactos da Operação Carne Fraca, Operação Carne Fria, delações da JBS e embargos dos EUA, que afetaram o setor agropecuário em 2017.
Perspectivas
Quando se trata do cenário brasileiro em 2018, o boletim Focus aponta uma inflação maior do que em 2017. Estabilização da taxa de juros elevada em 7% e estimativa de aumento do PIB para 2,6%. Além disso, o presidente foi enfático ao afirmar que a retomada do crescimento puxado pelo setor agropecuário, dependerá da reforma da previdência e do cenário político.
Para o presidente, é necessário continuar investindo em 2018 na assistência técnica. Ele também sinaliza a necessidade de definir as reformas estruturais. Buscar melhorias para a infraestrutura, retomada de investimentos e a implantação de uma política plurianual. Com os acordos comerciais já fechados, José Mário, enfatiza que é possível melhorar as relações bilaterais. “Estamos discutindo com o governo um acordo com o EUA sobre a agropecuária”, sinalizou ele sobre a possibilidade de melhorias nas relações comerciais.
Grãos
Na produção de grãos, a área plantada da safra 2016/2017 teve elevação de 24,6% na produção total de grãos, propiciada pelas boas condições climáticas e os investimentos nas lavouras. A produtividade média dos grãos registrou o maior resultado histórico na safra. A área plantada foi de 5,21 para 5,24 milhões de hectares – aumento de 0,5%. Na soja o resultado de produtividade foi melhor do que o obtido nos anos anteriores na maior parte do estado. No total, Goiás produziu 10,8 milhões de toneladas de soja, resultado 5,6% superior ao de 2016. No milho verão, Goiás produziu 2,08 milhões de toneladas, aumento de 8,2%. Já no milho safrinha, o estado produziu 7,5 milhões de toneladas, acréscimo de 67% em relação à safra passada.
Carne
Em relação a carne bovina, o destaque em 2017 fora os escândalos envolvendo o setor, foi a recuperação na produção de 5%. Em 2018 a expectativa é de recuperação também no consumo em virtude da expectativa do crescimento da economia. Recuperação da produção de aves em 3,5% devido ao aumento da produção e melhora do mercado interno e externo. Já no setor de suínos a recuperação foi de 2% na produção.
Leite
No setor lácteo as importações em 2017 foram de 29,5% em volume de janeiro a novembro deste ano. Os custos foram de -12%, preços 13% menor e alta instabilidade nos preços.
Texto: Nayara Pereira
Fotos: Fredox Carvalho