A economia global passa por dois grandes choques de oferta: um de commodities e outro, causado pela escassez de mão-de-obra. As recessões costumam durar dez meses, mas a esperada para o biênio 2022-2023 poderá ser mais forte que a média, destaca a hEDGEpoint Global Markets em um novo relatório macroeconômico.
“Isto porque se espera que a desaceleração da China agrave a fraqueza já existente de várias economias ocidentais, especialmente dada a relevância do país asiático nos ciclos econômicos internacionais”, observa o analista de Energia e Macroeconomia da empresa, Heitor Paiva.
A análise indica que o sentimento se deteriorou nos mercados, com os participantes tentando descobrir quão forte e por quanto tempo será a recessão que se aproxima. “A incerteza em relação ao futuro é enorme, o que deverá fazer com que o posicionamento em ativos cíclicos diminua e que ativos seguros, como o dólar, sejam preferidos. Moedas emergentes, neste cenário, tendem a se desvalorizar”, afirma.
O mais importante, de acordo com o relatório, é o fato de que uma das questões-chave que nos trouxe aqui — a falta de investimento em combustíveis fósseis — provavelmente permanecerá sem solução. “Portanto, quanto mais tempo durar esta recessão, mais as empresas petrolíferas continuarão relutantes em aumentar suas decisões de gastos. Em última análise, isto significa que choques do lado da oferta poderão acontecer novamente, criando altas da inflação semelhantes às da atualidade”, diz o analista.
Fonte: Conteúdo Comunicação