Como o uso de leveduras melhora o desempenho animal

O interesse pelo uso de leveduras como aditivo na nutrição animal segue fortemente impulsionado pela pressão a redução de antibióticos no sistema de produção e pela busca da maximização da produção de leite por parte dos laticínios, nas últimas décadas. Estratégias para melhorar a eficiência alimentar e a produção de leite, aliadas à seleção genética intensiva, já vêm sido trabalhadas nos últimos anos com o intuito de viabilizar a produção, atendendo assim, o crescimento da demanda de alimentos e as exigências do consumidor por produtos seguros e de superior qualidade.

De acordo com a analista técnica da Quimtia Brasil, Lidiane Maciel, empresa especializada em alimentação animal, acredita-se que o uso de leveduras na dieta dos ruminantes, tanto nas rações quanto nos suplementos oferecidos, tende a favorecer o desempenho dos animais. Entretanto é fundamental se atentar a escolha adequada das cepas de leveduras e suas concentrações, para garantir o bom funcionamento e o êxito da produtividade.

“A espécie de levedura mais utilizada na nutrição de ruminantes é sem dúvidas a Saccharomyces cerevisiae. Alguns estudos relatam resultados favoráveis em melhoria da produção de leite, eficiência alimentar, estabilidade de pH ruminal, promovendo, contudo, um ambiente ruminal mais favorável ao processo de digestão”, afirma.

Segundo ela, na nutrição animal pode-se encontrar as leveduras como um produto com grande número de células de S. cerevisiae vivas e sem meio de cultura – local onde os microrganismos se desenvolvem – ou como ‘cultura de leveduras’, ou seja, um aglomerado de células vivas e mortas de S. cerevisiae junto com o meio de cultura. “A cultura de levedura é seca de forma a preservar a atividade fermentativa da levedura atribuindo assim à presença de metabólitos funcionais (ácidos orgânicos, vitaminas do complexo B, aminoácidos e enzimas), os quais, podem influenciar na fermentação ruminal, fornecendo nutrientes essenciais”, comenta.

As leveduras, também podem agir alterando a flora intestinal, a partir da ocupação dos sítios de ligação entre o epitélio intestinal e as bactérias benéficas formando uma barreira contra as bactérias patogênicas, levando desta forma, ao aumento de microrganismos benéficos e consequentemente a modulação do sistema imune e desenvolvimento da saúde do animal.

Ainda segundo Lidiane, “outra forma de ação apontada é a redução da concentração de ácido lático no rúmen, propiciando um pH mais estável, ambiente ruminal mais propício para o desenvolvimento das bactérias e principalmente um controle da acidose em animais no início da lactação, os quais ingerem dietas ricas em carboidratos não fibrosos e de rápida degradação ruminal”, finaliza a especialista.

Fonte: Comunicação Quimtia