Os solos arenosos que dominam a região do Alto Taquari apresentam, naturalmente, baixa fertilidade e capacidade de retenção de água. O adequado manejo desses solos é fundamental para manter as pastagens produtivas, a base para uma pecuária de corte rentável. O desafio na região ainda maior quando se analisa o regime das chuvas. Em alguns meses chove muito e, no restante, a seca pronunciada exige estratégias para se ter alimento disponível e de boa qualidade ao rebanho durante todo o ano.
Com essas afirmações o diretor executivo do Instituto Taquari Vivo (ITV), Renato Roscoe, abriu o Circuito Pecuário, evento destinado à pecuaristas da região de Coxim, com a finalidade de discutir ações práticas de recuperação e manejo dos solos e pastagens, na busca por maiores produtividades e sustentabilidade da pecuária. O evento é uma realização do Senar/MS e Sistema Famasul, com o apoio do Sindicato Rural de Coxim e do Instituto Taquari Vivo, e ocorreu nesta sexta-feira (21).
“Solos mais arenosos têm o desafio da baixa fertilidade e capacidade de retenção de água, portanto são mais suscetíveis a processos de degradação e erosão. Essa é uma realidade da região, por isso apresentamos possíveis soluções, como a recuperação e renovação de pastagens, e até mesmo a integração lavoura-pecuária como estratégia de melhoria desses solos. Fizemos também uma comparação dessas soluções e discutimos os principais aspectos a serem considerados pelos produtores em sua tomada de decisão”, aponta Roscoe.
O planejamento forrageiro foi abordado pelo gerente operacional do Instituto Taquari Vivo, Rodney Guadagnin. A disponibilidade de forrageiras e a sua qualidade caem muito nos períodos mais secos do ano. O palestrante mostrou o resultado de simulações para uma propriedade da região. Ficou clara a falta de alimento para os animais no período seco. Caso não sejam adotadas estratégias para lidar com essa situação, acaba acontecendo o que se chama popularmente de ‘boi sanfona’, ou seja, aquele que ganha peso nas águas e perde na seca.
“Queremos apontar ao produtor as possíveis ferramentas para evitar essa situação, como o ajuste de lotação, vedação de pastos, adubações e produção de forrageiras nas águas para consumo nas secas (silagem e feno). Abordamos as principais dificuldades e possíveis soluções para atingir boas produtividades e, ao mesmo tempo, melhorar os solos, reduzindo os processos de degradação e erosão na região˜, explica Guadagnin.
Segundo Renato, com a possibilidade de maior sustentabilidade dentro da produção pecuária o ganho é tanto do produtor como do meio ambiente. ˜Os sistemas são mais produtivos, conservam o solo e melhoram o balanço de emissão de carbono na cadeia de produção de carnes no Alto Taquari”, complementa. “Fica evidente que a assistência técnica pode ajudar muito ao produtor rural na busca das estratégias para a melhor produtividade nos solos arenosos da região do Alto Taquari”, finaliza Roscoe ressaltando o importante papel do SENAR-MS e da AGRAER em auxiliar o produtor.
O evento também abordou temas como os avanços e perspectivas sanitárias para a pecuária do Estado e análise comparativa dos resultados da bovinocultura de corte no Programa de Assistência Técnica e Gerencial do SENAR-MS
Fonte: Instituto Taquari Vivo