Bayer agora conta com o apoio de órgãos do governo
A Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA) e o Departamento de Justiça do país afirmaram que um tribunal federal de apelações deve reverter um veredito de primeira instância julgando a Bayer AG responsável no caso de um homem da Califórnia que culpou herbicida Roundup, cujo princípio ativo é o glifosato, por seu câncer. Segundo o governo, o glifosato não é cancerígeno e, como resultado, um aviso no rótulo não era obrigatório, como exige a lei estadual da Califórnia.
O apoio da EPA e do Departamento de Justiça ocorre dias depois de a Bayer ter pedido a um tribunal federal de apelações dos Estados Unidos que revesse uma sentença de US$ 25 milhões, a qual foi condenada a pagar a Edwin Hardeman, que foi o requerente da ação. A Bayer negou que o Roundup cause câncer, sendo que, em abril, a EPA reafirmou essa constatação.
Os agricultores pulverizam o glifosato, o herbicida mais amplamente utilizado na agricultura dos EUA, em campos de soja e outras culturas geneticamente modificadas para resistir a ele. O princípio ativo também é usado pelos consumidores em gramados, campos de golfe e outros lugares que contém ervas daninhas prejudiciais.
Nesse cenário, os advogados de Hardeman já acusaram a fabricante do Roundup, a Monsanto, que a Bayer adquiriu no ano passado em um acordo de US$ 63 bilhões, de não avisar os consumidores sobre o risco de câncer do herbicida. As ações da Bayer perderam cerca de 23% em valor desde o primeiro veredito do Roundup para demandantes em agosto de 2018.
A Bayer argumentou que seria impossível cumprir o veredito de Hardeman, uma ação movida sob a lei estadual, porque qualquer etiqueta de aviso estaria em conflito com a orientação de uma agência federal.
Fonte: Agrolink Por Leonardo Gottems