Levantamento da CCEE mostra que empresas aumentaram produção para aproveitar câmbio favorável para exportação e demanda interna aquecida
O consumo de eletricidade nos setores de Alimentos e Bebidas aumentou 9,2% e 7,7%, respectivamente, no primeiro semestre deste ano, na comparação com o mesmo período de 2021. O levantamento foi realizado pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica — CCEE e os dados são do monitoramento periódico de indústrias e grandes empresas que compram seu fornecimento no Ambiente de Contratação Livre — ACL, o chamado mercado livre.
No caso do ramo alimentício, a carga consumida foi de 2.387 megawatts médios. A classe com a maior taxa de crescimento no consumo foi a de criação de aves (19,8%), seguida pelo abate de reses, exceto suínos (12,3%), e fabricação de produtos de carne (11,8%). Na avaliação regional, tiveram as maiores altas os estados da Bahia (17%), São Paulo (11,6%) e Rio Grande do Sul (9,5%).
Segundo a CCEE, embora o ambiente internacional tenha sido conturbado nos primeiros seis meses deste ano, as commodities alimentícias mantiveram um bom momento. Com o relativo aumento dos preços por causa das restrições de logísticas e do conflito entre Rússia e Ucrânia, empresas brasileiras tiveram um melhor desempenho, com exportações para países asiáticos e a produção interna ainda aquecida.
No setor de bebidas, o consumo foi de 297 megawatts médios, com destaque para a fabricação de vinhos, que registrou o maior aumento percentual (27%), seguida pela produção de águas envasadas (20%) e fabricação de refrigerantes e outras bebidas não alcoólicas (9,1%). Entre os estados com maior avanço, o Paraná registrou taxa de 27%, seguido por Ceará (11,2%) e Amazonas (10,2%).
Como o ramo de bebidas é majoritariamente voltado ao mercado interno, a CCEE associa a maior demanda por energia à volta de eventos e festas públicas, como shows, feiras e carnaval, que foram cancelados em muitas regiões do país no ano passado com a piora da pandemia de COVID-19.
Fonte: FSB