Focada em grãos, algodão e cana-de-açúcar, a Perfect Flight atende a grandes do setor como SLC Agrícola, Raízen e Koppert
Coluna Broadcast Agro – Estadão
12 de dezembro de 2022 | 04h00
A Perfect Flight, agtech de gestão e inteligência de pulverização de insumos agrícolas, busca repetir no exterior os bons resultados obtidos no Brasil. Lá fora, a empresa quer aplicar o mesmo princípio ESG: uso racional de insumos, preservando as áreas nativas e os mananciais.
“Produtores têm as mesmas dores com a cobrança por aplicação responsável de defensivos”, diz Leonardo Luvezuti, diretor de Operações. Em 2023, a startup deve começar a operar nos Estados Unidos e no Canadá, onde pretende alcançar 1 milhão de hectares de lavouras de grãos e algodão no ano. Projeto piloto na Austrália também está nos planos. Por aqui, prevê cobrir um quarto da área plantada na safra 2022/23, equivalente a 20 milhões de hectares ante 16 milhões em 2021/22.
Aposta em novos mercados
Cerca de 20% da área coberta pela agtech na safra virá da pulverização por drones. “Há forte movimento de empresas chinesas e europeias aqui.” Só com a Koppert, gigante de biodefensivos, deve somar 3 milhões de hectares atendidos. Projeta faturar R$ 12 milhões na safra.
Rodada de investimento no radar
Para sustentar sua expansão, a Perfect Flight estruturou uma nova rodada internacional de investimento. A expectativa é captar em torno de R$ 10 milhões até o primeiro semestre de 2023. A startup não descarta verticalizar a operação em meio ao apetite de gigantes de insumos e empresas de drones por agtechs, diz Luvezuti.
A gestora Integral Investimentos concluiu a captação de R$ 300 milhões para o Fundo de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC) da FS, produtora brasileira de etanol de milho. Nos últimos três anos, a Integral dobrou o valor de FIDCs sob sua gestão, ultrapassando a marca de R$ 10 bilhões. A operação com a FS foi a primeira do fundo que tem como propósito ampliar a cadeia de fornecedores da empresa. O Itaú BBA foi o coordenador líder da emissão.
Tabuada de CO2
Agrotools e outras quatro empresas de tecnologia vão ajudar a Fundação Getulio Vargas a desenvolver uma calculadora de carbono. O consórcio venceu o projeto “Pecuária de Baixo Carbono”, do BNDES e do Ministério da Agricultura. A ferramenta vai medir a quantidade de gás carbônico lançada à atmosfera desde o uso de insumos na produção até o processamento industrial. A pesquisa deve durar 18 meses e o valor do investimento do governo no projeto ainda é negociado
Vem de onde?
Levantamento com 675 empresas que produzem ou consomem soja e derivados, café e carne bovina, entre outros produtos brasileiros com risco de desmatamento, aponta que só 76% têm sistema de rastreabilidade. “A maioria tem lacunas significativas na rastreabilidade da cadeia, que é fundamental para avaliar e gerenciar o risco de desmatamento e conversão”, diz o CDP, organização sem fins lucrativos que ajuda empresas a medir impacto ambiental e aplicou o questionário.
A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) acompanha de perto a decisão da União Europeia de proibir a entrada no bloco de commodities agrícolas de áreas desmatadas. Sueme Mori, diretora de Relações Internacionais, aguarda o texto final do projeto para estudar um posicionamento da entidade. Bruno Lucchi, diretor técnico, diz que a CNA cogita acionar a Organização Mundial do Comércio caso a medida avance com teor protecionista.
Especula
Francisco Matturro, atual secretário de Agricultura de São Paulo e empresário do setor, e Frederico d’Avila (PL-SP), deputado estadual e produtor, dividem a preferência dos ruralistas do Estado para comandar a pasta a partir de janeiro. O governador eleito Tarcísio de Freitas (Republicanos) estuda outro nome: Roberto Perosa, atual diretor executivo e CEO da Organização de Associações de Produtores de Cana do Brasil (Orplana). Ele foi consultado e estaria analisando o convite, diz fonte do setor.
Maior apetite por nozes e amêndoas chilenas
O mercado brasileiro está crescendo como destino das nozes e amêndoas chilenas. Dados do ProChile Brasil mostram que as vendas para cá somam US$ 18 milhões de janeiro a outubro. Em amêndoas, o avanço foi de 25% e em nozes, de 3,5%. “A proximidade entre os países contribui para isso”, diz Hugo Corales, diretor do ProChile.
Setor espera nome de futuro ministro esta semana
O setor produtivo e membros da equipe de transição de governo esperam que o presidente eleito Lula (PT) decida o futuro titular do Ministério da Agricultura nesta semana. No seu primeiro mandato, ele indicou o então ministro Roberto Rodrigues para a pasta em 13 de dezembro de 2002. Pelo menos cinco nomes são avaliados pelo futuro governo.
Fonte: Karol Almeida