Dia da Floresta: Títulos Verdes contribuem para a conservação

Emissão de Títulos Verdes já movimenta R$ 8,1 bilhões no Brasil; recursos são utilizados para gestão de projetos socioambientais

O Brasil possui a segunda maior área de floresta, com 497 milhões de hectares, atrás apenas da Rússia (815 milhões de hectares). Nos últimos 30 anos, a perda líquida de florestas no mundo diminuiu em função da redução do desmatamento e do aumento na área florestal, por meio da formação de florestas por plantio e da expansão natural. Os dados são do Relatório de Avaliação Global dos Recursos Florestais (FRA 2020), produzido pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO).

“As florestas são reconhecidas pela importância para o meio ambiente e para a saúde humana. Estudos comprovam sua eficiência no equilíbrio da biodiversidade e no regime de chuvas”, destaca a advogada ambiental, Samanta Pineda.

Segundo a advogada, poucos países mantiveram suas florestas, sendo o Brasil um dos que ainda conservam a maior porcentagem. “No entanto, ano após ano, vemos números alarmantes de áreas desmatadas, sempre comparadas a quantidade de campos de futebol para que se possa ter a dimensão do prejuízo ambiental”, alerta.

No mês em que se comemora o Dia Internacional das Florestas (21/03), é importante destacar iniciativas que visam o desenvolvimento de políticas, práticas e investimentos para a produção sustentável e a preservação dos recursos florestais. Hoje, existem novas fontes de financiamento da agropecuária brasileira que promovem práticas e tecnologias sustentáveis.

Uma das opções são os Títulos Verdes ou “Green Bonds”, títulos de renda fixa utilizados na captação de recursos para implantar ou refinanciar projetos e ativos que tenham atributos positivos do ponto de vista ambiental ou climático. “São uma alternativa para estimular e viabilizar iniciativas e tecnologias com impactos socioambientais positivos”, destaca Samanta.

O Título Verde pode ser emitido por qualquer empresa, desde que ela consiga demonstrar a destinação dos recursos e o impacto positivo ao meio ambiente. Os projetos enquadráveis para emissão destes títulos podem ser novos ou existentes e são denominados projetos verdes. “De um lado, temos o emissor, produtores e empresas de vários segmentos que possuem projetos sustentáveis para serem financiados, e, do outro, investidores, que buscam iniciativas com o carimbo de sustentabilidade”, enfatiza a advogada.

Segundo o Governo Federal, os recursos da venda de títulos verdes podem ser usados na agropecuária de baixo carbono; silvicultura e manejo florestal; conservação, restauração e recomposição de vegetação nativa; recuperação de áreas degradadas; pesca e aquicultura sustentável.

Desde sua criação, os Títulos Verdes já movimentaram R$ 8,1 bilhões na economia brasileira. “O Brasil tem um gigantesco potencial no mercado de Títulos Verdes. A agricultura brasileira tem a capacidade de ser uma das maiores emissoras destes títulos”, explica a advogada ambiental.

Fonte: Juliana Rangel