Inflação na cozinha faz alimento estar no ranking de pizzas mais caras do mundo
Nesta segunda-feira (10) é comemorado o Dia Nacional da Pizza no Brasil, hoje o país é o segundo maior consumidor do alimento do mundo ficando atrás apenas dos Estados Unidos. A Associação de Pizzarias Unidas (APUBRA) divulgou que o país produz e vende em média 1,7 milhões de pizzas por dia, embora seja um dos alimentos mais amados pelos brasileiros, dados recentes apontam a luta dos donos de pizzarias para manter o prato acessível diante da inflação dos ingredientes tradicionais.
A HelloSafe, site que divulga valores de diferentes produtos ao redor do mundo, realizou uma pesquisa com 54 países diferentes sobre as pizzas mais caras do mundo e indicou que o Brasil encontra-se em 35º lugar do ranking, o primeiro lugar foi visto na China (R$ 141,34) e em último com a pizza mais barata a África do Sul (R$22,49) o sabor avaliado foi o tradicional Marguerita. O valor de uma pizza média (8 pedaços) do sabor escolhido pode variar entre R$40 – R$60, porém em regiões como o Centro-Oeste e
No Nordeste os consumidores tendem a pagar até 70% mais barato (entre R$20 e R$40) do que as demais regiões brasileiras.
São Paulo, entretanto, é a maior consumidora de pizzas no Brasil sendo 572 mil unidades produzidas na cidade todos os dias. Dados divulgados pela Fatec Sebrae mostram que o preço do alimento pode variar em até 129% nos 96 distritos da capital paulista, o estudo realizado em 2 mil pizzarias diferentes variou de R$27,2 no Capão Redondo e R$61,98 em Moema, ambos na Zona Sul do mesmo sabor e tamanho. A pizza mais cara da cidade está localizada em Perus, na Zona Norte, local em que o alimento consome 1,2% da renda média familiar, já a mais barata está na Vila Sônia, bairro da Zona Oeste onde a redonda consome 0,44% do rendimento mensal.
Segundo Fábio Pizzamiglio, diretor da Efficienza, empresa especializada em comércio exterior, os estabelecimentos que vendem alimentos prontos, lutam constantemente para não repassar o aumento dos insumos para o consumidor final. “Em 2022, a farinha de trigo, que impacta diretamente as pizzarias, sofreu um acréscimo de 22% em 2022, como resultado o valor médio gasto por brasileiros em pizzas registrou um aumento de R$6,73. Isso pode ser explicado pelos preços dos produtos, principalmente considerando o aumento inflacionário internacional. Além disso, o valor da moeda também afeta o preço dos produtos necessários para as pizzas, como é o caso do próprio trigo.”
O levantamento mostra que no Brasil, com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) desde Janeiro de 2023 até Maio do mesmo ano, mostra que os produtos básicos necessários para fazer uma pizza aumentaram e com isso os valores do produto final também.O tomate subiu 2,28%, o queijo em 0,21% e a farinha 0,19% em apenas 5 meses.
Durante a pandemia foram registrados vários encerramentos de atividades, entretanto, ao contrário do que muitos pensam, não foi somente o isolamento social que causou estes fechamentos em massa. O pior cenário foi registrado entre os anos de 2015 e 2018, ou seja, não foi um reflexo da COVID-19 mas sim o resultado de um histórico que podemos analisar entre fechamentos e aberturas nos últimos dez anos.
“É importante reafirmar que todo o produto que você compra, seja em um restaurante ou no mercado, tem um impacto que é relacionado ao comércio exterior. Seja por culpa da demanda internacional, que pode baratear ou encarecer algum ingrediente, ou seja pelos custos logísticos, até o aumento do preço dos combustíveis pode impactar no valor final das pizzas”, afirmou o executivo.
De acordo com a APUBRA, o mercado global de pizzarias registrou recorde no número de fechamentos nos últimos 3 anos. Foram 34.598 abertas durante o período contra 44.606 que acabaram fechando, a instituição revelou que 25,67% estavam abertas a menos de 3 anos.
Fonte: Fábio Bouças – PRESSFC