A presidenta Dilma Rousseff e a ministra Kátia Abreu (Agricultura, Pecuária e Abastecimento) anunciaram nesse sábado (7), em Palmas, a proposta de criação da Agência de Desenvolvimento do Matopiba, que reunirá os setores público e privado, além da sociedade civil, com objetivo de articular projetos e iniciativas que fortaleçam a região, formada por Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia.
Durante cerimônia de inauguração da sede da Embrapa Pesca e Aquicultura, na capital de Tocantins, Dilma Rousseff assinou o encaminhamento do projeto de lei que institui a agência, cuja atribuição será implementar um plano diretor elaborado em parceria pelo Mapa e por empresas privadas.
O Mapa e as empresas Freedom Partners e The Boston Consulting Group (BCG) apresentaram à presidente o Plano Diretor para Desenvolvimento do Matopiba, projeto que fornece diretrizes até 2035 para que a região se torne referência mundial na tradução do desenvolvimento acelerado do agronegócio em avanços sociais em educação, saúde e infraestrutura básica.
“O plano diretor será decisivo para atrair investidores e empresários mundo afora para investir na nossa região. Esse projeto está sustentado por fundos de investimento e pela iniciativa privada, entes que estão cada dia mais interessados no Matopiba. Por todo lugar do mundo onde estive, todos só querem saber dessa nova fronteira agrícola brasileira, desse grande potencial em produção de alimentos que temos”, afirmou a ministra, durante a solenidade.
A empresa de consultoria BCG foi responsável pela realização técnica do projeto, e o fundo de investimentos Freedom Partners patrocinou o estudo.
Na safra 2015/2016, conforme a Conab, a região do Matopiba foi responsável por 9,28% da produção de grãos do país. Só perdeu para Mato Grosso (23,99%), Paraná (18,29%), Rio Grande do Sul (14,70%) e Goiás (9,92%).
Kátia Abreu lembrou que, em maio de 2015, a presidente assinou o decreto que formaliza a abrangência territorial da região e destacou que o atual governo deu impulso a obras de infraestrutura fundamentais para o escoamento da produção local. Entre elas, a contratação das obras para derrocamento do Pedral do Lourenço – que viabilizará maior fluxo de carga pela Hidrovia Tocantins -, a conclusão da Ferrovia Norte-Sul e o projeto de duplicação da BR-153. “A senhora [Dilma Rousseff] deixará um legado imenso para o Matopiba”, agradeceu.
Dilma Rousseff destacou que o Matopiba é a última fronteira agrícola em expansão do país. “Esses quatro estados têm um imenso potencial de crescimento. Ao criarmos essa agência, deixamos claro que essa região, de fato, é uma das poucas grandes regiões que restam no mundo como fronteira agrícola a ser explorada. Aqui temos o que há de melhor, solo adequado e uma infraestrutura que está em conclusão”, disse.
Plano diretor
O Plano Diretor para Desenvolvimento do Matopiba aponta que as condições naturais favoráveis, com disponibilidade de terras para conversão, relevo pouco acidentado e disponibilidade de água, somadas às vantagens logísticas (proximidade aos portos de Itaqui e Salvador, Ferrovia Norte-Sul e Hidrovia Tocantins) que têm catalisado o desenvolvimento do agronegócio no Matopiba.
No entanto, apesar do grande potencial econômico, a região ainda enfrenta muitos desafios sociais na educação, saúde, saneamento básico e geração de renda.
Para reverter este cenário e traduzir o desenvolvimento acelerado do agronegócio em avanços sociais até 2035, o documento alinha sete objetivos. Entre elas, aumentar a produção de grãos, reduzir o custo da produção de soja, manter competitividade no custo logístico, garantir acesso a saneamento e elevar o Produto Interno Bruto Per Capita, a expectativa de vida e o tempo médio de permanência na escola.
Para atingir essa meta, o estudo aponta que serão necessários investimentos de R$ 29 a 66 bilhões, sendo a maior parte proveniente da iniciativa privada. As áreas prioritárias dos aportes são infraestrutura logística, educação (oferta de profissionais e técnicos) e serviços básicos (como saneamento e eletricidade).
A Freedom Partners e a JG Capital criaram um fundo de investimento em participações para viabilizar os projetos. Outros fundos estão em processo de criação, a fim de atender às áreas apontadas como prioritárias pelo estudo.