Há uma distância que se alarga entre a pesquisa e o agricultor brasileiro.
Nossos investimentos em pesquisa sempre foram tímidos, comparados a qualquer corporação multinacional que atua na tecnologia para o agronegócio.
O Instituto Agronômico de Campinas, famoso IAC, por exemplo, que lá no passado serviu de inspiração na criação da própria EMBRAPA, que significou o marco histórico da virada do agro nacional , vive sem recursos e com a estima lá embaixo.
As universidades das ciências agrárias do país têm gerado conhecimentos significativos, mas muito aquém do que poderiam e deveriam ser reconhecidas e valorizadas.
As empresas brasileiras que fazem pesquisa no país sofreram incorporações e aquisições, o que afasta mais ainda o cérebro do cientista e do pesquisador, dos neurônios do nosso produtor rural.
E, sem ciência e pesquisa adaptadas e realizadas a partir das nossas realidades e necessidades agrotropicais, não conseguiremos a competitividade e a segurança nacional para o futuro no agronegócio global, cujo nome será cada vez mais ciência e tecnologia aplicada a cada palmo de terra, a cada animal criado, a cada grão produzido…
Na reforma da governança brasileira, inexorável e inevitável, a partir do desmoronamento do sistema político de governo que nos trouxe até aqui, cabe às entidades da sociedade civil organizadas do agronegócio olhar para a ciência, para a tecnologia e para a pesquisa realizada dentro das fronteiras do Brasil, aproximar a educação e o produtor disso, com velocidade e urgência.
A tecnologia por mais inovadora que seja não abre mão de uso racional boas práticas e inteligência conservacionista.
Há uma distância entre a ciência, a pesquisa, o pesquisador e o cientista, do produtor brasileiro médio que representa a enorme maioria das 5 milhões de propriedades rurais do país.
Por: José Luiz Tejon