Documento europeu ressalta visão equivocada da ação dos bioestimulantes à base de algas marinhas

De acordo com especialistas, uma concepção errônea comum sobre os bioestimulantes à base de algas marinhas é que seus efeitos se devem à presença de hormônios vegetais, quando na realidade os responsáveis são os compostos biológicos na formulação, que desencadeiam processos naturais dentro da planta. Em apoio a esse fato, o Conselho Europeu da Indústria de Bioestimulantes (EBIC), lançou no início do ano um documento técnico intitulado: “Recent insights into the mode of action of seaweed-based plant biostimulants”, em português: Visão recente sobre o modo de ação dos bioestimulantes à base de algas marinhas.

Os membros do EBIC relataram repetidamente ao longo dos anos, que algumas autoridades reguladoras estavam contestando seus dossiês para registro de produtos bioestimulantes contendo extratos de algas marinhas, pois acreditavam que os mesmos continham  hormônios vegetais, que são regulamentados como produtos de proteção de plantas em muitas jurisdições. Com esse objetivo, o EBIC decidiu redigir um documento técnico de revisão de literatura sobre esse tópico, onde seus membros poderiam consultar ao enfrentar essa concepção errônea.

Após uma análise abrangente da literatura, a EBIC chegou à conclusão de que as biomoléculas naturalmente presentes nos extratos de algas marinhas, tais como carboidratos e polifenóis, modulam a expressão genética e promovem alterações metabólicas nas plantas, resultando nos efeitos observados dos bioestimulantes.

O documento foi desenvolvido por meio da Rede de Especialistas em Algas Marinhas do EBIC, composta por representantes das seguintes empresas: Acadian Plant Health, Alfarin, Arysta LifeScience, BioAtlantis, Brandon Bioscience, Daymsa, Groupe Roullier, ICL Group, Ilex EnviroSciences, Olmix, Rovensa Next, Valagro e Yara International.

Essas descobertas desafiam o equívoco comum de associar os efeitos dos bioestimulantes à base de algas marinhas ao conteúdo de hormônios vegetais, abrindo novas possibilidades para uma caracterização mais refinada de seu mecanismo de ação.

O artigo já foi divulgado em respeitadas publicações internacionais, como a NewAG International, onde esclarece a compreensão atual do funcionamento dos bioestimulantes à base de algas marinhas nas plantas.  De acordo com o documento da EBIC, essa pesquisa lança luz sobre a importância de avaliar e reavaliar criticamente as suposições históricas.

 Desafiar a compreensão vigente pode não apenas promover a inovação, mas também desbloqueiar novas soluções para desafios globais. Além de prevenir equívocos por parte das autoridades reguladoras em escala mundial, o propósito deste documento técnico é estimular pesquisas adicionais sobre o modo de ação dos bioestimulantes vegetais, especialmente aqueles que incluem extratos de algas marinhas.

Os avanços nas tecnologias “ômicas” (genômica, metabolômica etc.) possibilitam uma caracterização extremamente detalhada de como os produtos, quando aplicados sob certas condições, influenciam a expressão gênica na planta-alvo.

A empresa de biotecnologia Irlandesa, BioAtlantis, desempenhou um papel fundamental no desenvolvimento do documento técnico da EBIC. Segundo o Gerente de Pesquisa da BioAtlantis, Dr. Kieran Guinan, “A pesquisa delineada neste documento técnico lança uma nova e importante luz sobre os modos de ação moleculares dos bioestimulantes à base de algas marinhas, fornecendo uma esclarecedora contribuição para o setor”.

O documento técnico também cita diversos artigos científicos revisados por pares, coautorados por cientistas da BioAtlantis, sobre os mecanismos moleculares das tecnologias da empresa, em colaboração com o Instituto Max Planck, Alemanha, Universidade de Potsdam, Alemanha, e o Centro de Biologia de Sistemas Vegetais e Biotecnologia na Bulgária.

A BioAtlantis, que atua no Brasil há 5 anos, é membro fundador da EBIC, é uma das principais fabricantes de bioestimulantes vegetais à base de algas marinhas, comercializando em mais de 30 países em todo o mundo. A empresa está focada no desenvolvimento de tecnologias de ponta para aumentar o rendimento das colheitas e a agro-sustentabilidade.

Fonte: AgroUrbano Comunicação