O Projeto Olho D’Água visa proteger e monitorar 500 hectares do bioma, auxiliando na manutenção das reservas hídricas nacionais
O Instituto Cerrados (IC) anuncia a segunda chamada de inscrições para o projeto Olho D’Água. Realizado em parceria com a Coca-Cola Brasil, o programa visa, além de proteger o bioma, monitorar áreas de queimadas e desmatamento e atuar na conservação dos recursos hídricos do país. O objetivo do projeto é criar áreas particulares de conversação de Cerrado na região da Bacia do Rio Paraná.
De acordo com o Instituto, aproximadamente 80% do território do Cerrado – cerca de 159 milhões de hectares – está em terras privadas e mais de 50% da produção hidrelétrica do país é abastecida pelo bioma, sendo que das doze regiões hidrográficas do país, oito têm nascentes na região. Deste modo, atuar na conservação de propriedades particulares se fez necessário para contribuir com a manutenção dos recursos naturais e da biodiversidade local.
“Queremos engajar os proprietários conciliando produção e preservação. Criando uma RPPN é possível perpetuar uma série de benefícios gerados pelo Cerrado preservado. Com isso, a produção passa a ter um elemento importante de sustentabilidade, agregando valor à produção ou serviço oferecido. Ou seja, a proteção do bioma e dos recursos hídricos se reverte em benefício para os proprietários, seja para a utilização das terras como um espaço de turismo natural ou para a valorização dos produtos ali cultivados, comenta Yuri Salmona, diretor executivo do Instituto Cerrados.
De acordo com o MapBiomas, o Cerrado já perdeu 46% de sua cobertura natural até o momento. Com foco nos municípios dos estados de Goiás e Minas Gerais, o projeto aspira criar reservas particulares em 500 hectares na região, podendo ainda receber inscrições de proprietários de outros estados que fazem parte da Bacia do Rio Paraná, como Mato Grosso do Sul e São Paulo.
“Na Coca-Cola temos melhorado a eficiência hídrica em nossas fábricas e desde 2009 temos estabelecido parceiros e realizado investimentos em reflorestamento, proteção e conservação de mais de cem mil hectares de florestas e áreas naturais em diversos estados que contribuem para o clima, a saúde de bacias hidrográficas e a preservação de nossa biodiversidade única. O projeto Olho D’Água e a parceria com o Instituto Cerrados, é mais um passo importante para ampliarmos e avançarmos ainda mais esta atuação e rede de aliados em prol da água e da sustentabilidade para nossa sociedade”, diz Rodrigo Brito, gerente sênior de Sustentabilidade para Brasil e Cone Sul.
Participação
As inscrições podem ser efetuadas por meio do formulário disponível no site do Instituto Cerrados até o dia 30 de setembro. No momento são priorizados nove municípios do estado de Goiás (Cocalzinho de Goiás, Pirenópolis, Corumbá de Goiás, Campo Alegre de Goiás, Ipameri, Catalão, Mineiros, Serranópolis e Itarumã) e em Minas Gerais (Tapira e Delfinópolis), porém interessados de outros estados da região também poderão se inscrever.
Os proprietários cujas propostas forem selecionadas não terão custos para a criação da sua RPPN, sendo o Instituto Cerrados responsável financeiro pela análise técnica, detalhamento do limite proposto, georreferenciamento da Reserva, assessoria documental e elaboração, e acompanhamento do processo junto ao ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade).
A Chamada projeta selecionar proprietários que tenham uma área nativa de no mínimo 50 hectares a ser protegida. A documentação mínima exigida inclui: matrícula do imóvel registrada em cartório, Certificado de Cadastro de Imóvel Rural (CCIR) e Número do Imóvel na Receita Federal (NIRF).
Confira a Chamada nº 02/2022 Projeto Olho D’água – Instituto Cerrados para entender os requisitos e critérios para receber apoio para criação de RPPNs no cerrado da Bacia do Rio Paraná.
Fonte: Edelman