Entenda o custo-benefício do manejo na pecuária de cria

O manejo da vaca de cria, no calendário anual, destinado à obtenção de elevadas taxas de prenhez, parição e desmama, está alicerçado em dois conjuntos de técnicas: processos e insumos. Entende-se por processo aquelas tecnologias que dependem mais da gestão, do uso do conhecimento, da ação dos recursos humanos e que, de certa forma, denominamos de manejo.

Em relação às tecnologias de insumos, a própria denominação remete ao uso de um insumo, normalmente comprado e introduzido no sistema de cria. Aqui, as questões relacionadas ao custo-benefício são fundamentais para a decisão de usá-las ou não.

Em cenários favoráveis à cria, em geral com altos preços pagos pelo bezerro, as tecnologias de insumos são introduzidas em larga escala, pois geralmente são viáveis economicamente. Vale dizer que, nessa conjuntura, os sistemas de cria são intensificados pelo uso acentuado de insumos.

Em contrapartida, as tecnologias de processos – menos atraentes e de resultados mais lentos – ficam em segundo plano e passam até por um desconhecimento por parte de técnicos e produtores. Por essa razão, no cenário atual, no qual a cria ainda não recuperou seus preços e enfrenta dificuldades, surge a necessidade do uso de processos, geralmente de custos inferiores aos insumos e que reúnem conhecimentos sólidos no emprego.

A operacionalização de uma tecnologia considera o fluxograma da atividade, e, a partir dele, têm-se os estágios de inclusão conforme o nível de impacto esperado. Em um sistema de cria, é necessário considerar o conjunto de tecnologias de processos e de insumos.

O exemplo clássico de uma tecnologia de insumos é a agricultura, na qual o crescimento na produtividade é resultado de uma meia dúzia de insumos, em geral, resultantes dos avanços científicos – sementes, fertilizantes, defensivos, máquinas e implementos agrícolas – os quais têm uma capacidade inquestionável de mudar, rápida e economicamente, os níveis de produtividade.

Das tecnologias desenvolvidas para a cria com impacto na taxa de desmama e na eficiência da vaca, poucas são recentes e inovadoras quando analisadas isoladamente. Desmame precoce, desmame interrompido, uso de estação de monta, uso da condição corporal da vaca, seleção, touros férteis, sincronização de cios e cruzamentos são tecnologias que têm mais de 30 anos.

Fonte: Revista AG