Entenda os termos que destacam a qualidade dos ovinos

Técnico da Arco explica expressões usadas em julgamentos raciais

As exposições de animais são parte importante do trabalho de criação e seleção dos rebanhos de plantel. Em eventos como a Expointer, essa etapa é valorizada pelos julgamentos. A avaliação, além de prestígio às cabanhas, é imprescindível para a cadeia produtiva já que identifica os animais que melhor preservam as características ideais de cada raça. Isso favorece o melhoramento da espécie e a produção de melhores reprodutores e matrizes, visando a reprodução e comercialização.

Desde o último domingo, o Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio (RS), sedia julgamentos de mais de 15 raças de ovinos. Quase 900 animais devem entrar em pista até esta quarta-feira, 31 de agosto, e uma parcela deles será reconhecida como Grandes Campeões pelos jurados selecionados pela Associação Brasileira de Criadores de Ovinos (Arco).

Leigos que acompanham os julgamentos podem ficar intrigados com a linguagem técnica empregada pelos avaliadores para justificar a seleção dos premiados. Expressões como “selo racial”,  “de aprumos”, “caminhando leve”, “excelente comprimento”, “profundidade de costela”. Mas, afinal, o que isso significa?

Conforme o médico veterinário, Sérgio Munhoz, técnico da Arco há 31 anos, esses são apenas alguns dentre dezenas de termos que expressam qualidades e defeitos fenotípicos, e o emprego deles varia de importância conforme a vocação da raça, carne ou lã. “Claro, se vamos julgar uma raça laneira, a parte de lã é mais importante, mas não podemos esquecer a  parte de carcaça, de estrutura, de pureza racial. Então, por exemplo, quando a gente diz que o animal tem ‘selo racial’ é porque ele preenche os requisitos que a raça exige”, explica Munhoz.

Já o “comprimento do animal” costuma ser destacado nos julgamentos de raças de corte. O fator está relacionado não só com a medida do tronco, mas com o peso da carcaça, o que é interessante para as raças de corte. Da mesma forma, a profundidade de costela indica capacidade do animal sempre andar, circular, pastejar, o que reflete em produtividade de carne. O animal com um tórax amplo, com bom arqueamento, terá maior área de lombo.

Um animal de “bons aprumos”, também “caminha fácil”. As expressões estão relacionadas com a boa conformação das patas traseiras (retas por trás, adequada separação e de lado com boa curva de articulação). “O animal que começa a ‘bater garrão’ (pernas muito juntas) costuma ser ‘batido de quarto’, porque parece que bateram nos quartos traseiros até afinar. Consequentemente, têm menos carne do que deveria ter. O animal que caminha bem, tem largura de quarto, carne boa. Isso caracteriza bom aprumo, assim como não ter as mãos tortas. O animal precisa caminhar bem para ir atrás da fêmea. Bem implantado é o animal é o animal correto de aprumo”, explica Munhoz.

Fonte: AgroEffective