Se incluído o Porto Cotegipe –que também faz parte do Arco Norte, mas depende de rodovias –, a expansão é ainda maior, consideram as entidades ligadas ao setor produtivo. Em 2014, houve movimentação de 10,1 milhões de toneladas de grãos no Arco Norte, conforme a Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec). Em 2015, o volume será de 18,5 milhões de toneladas, prevê a Associação dos Produtores de Soja e Milho, a Aprosoja Brasil.
A expansão deve ser de 500 mil toneladas no sistema Itacoatiara-Manaus, alimentado pelos terminais fluviais instalados no Rio Madeira em Porto Velho (Rondônia). O novo terminal do grupo Amaggi terá capacidade três vezes maior, mas entrará em operação em abril, quando boa parte da safra já terá sido escoada. Não está prevista expansão expressiva no sistema Santarém, abastecido pelos terminais de Miritituba, em Itaituba (Pará), que devem avançar em 2015/16.
No sistema de exportação por Belém (Pará), a expectativa é que os carregamentos passem de 2 milhões para 4 milhões de toneladas, apurou a Expedição Safra. No Porto de Itaqui, em São Luís (MA), com as cargas adicionais, a movimentação pode sair da casa de 3,5 milhões para a de 4 milhões de toneladas.
São 2,5 milhões a 3 milhões de toneladas extras nas linhas de escoamento que usam hidrovias e ferrovias. A expansão da rota rodoviária do Porto Cotegipe, em Salvador (BA), deve ser de 1,3 milhão para 4 milhões (t).
Não faria sentido a metade norte do país expandir a produção dependendo apenas dos portos da parte sul, analisa o consultor de logística Luiz Antônio Fayet. “O desafogo dos portos do Sul e Sudeste depende da velocidade de construção dos terminais de embarque do Arco Norte”, frisa.
Ele afirma que o custo de transporte é “insustentável”. “Para escoar uma tonelada de soja avaliada em US$ 450, gasta-se US$ 130 em Sinop (MT). Esse custo pode ser reduzido em US$ 60.” A exportação de soja de Sinop pelo norte atravessa ao menos 130 quilômetros de estrada sem asfalto na BR-163, no Pará, que devem ser pavimentados até 2016.