Especialista em finanças e investimentos, Renan Diego, explica como investir de forma segura em 2023

Toda mudança de governo traz incertezas em diversas áreas. Não seria diferente na economia. Consultores, economistas, grandes investidores e, principalmente, a população têm se mostrado preocupados com o que esperar do novo governo Lula. Muitas dúvidas permeiam o mundo dos investimentos, se tratando dessa transição. Afinal, é hora de investir ou de frear os planos de ter uma reserva de segurança diante dessas questões?

De acordo com informações da B3 (Bolsa de Valores do Brasil), com o aumento da taxa Selic, o número de investidores em produtos de renda fixa passou de 9,6 milhões para 12,6 milhões, no terceiro trimestre de 2022. Já o Tesouro Direto, soma mais de 2,1 milhões de CPFs, com alta de 25% em relação ao mesmo trimestre de 2021. Segundo o especialista em finanças e investimentos, Renan Diego, para quem está começando a investir, a renda fixa é sempre o melhor caminho. “O governo eleito vai ser mais ‘gastador’. A tendência é que tenha o efeito inflacionário. Com isso, a taxa Selic deve permanecer alta e até mesmo subir ainda mais por um período. Apesar disso, ainda vamos ter boas oportunidades, principalmente, nesse período de taxa alta. O ideal é investir em produtos atrelados ao CDI (renda fixa)”, explica.

Pensando nisso, o especialista destaca cinco dicas dos principais investimentos para o ano de novo governo. Confira:

  1. Tenha um colchão de segurança: “Segurança não se negocia! Quando falamos em colchão de segurança, estamos falando daquele dinheiro para ser usado em casos emergenciais. Importante aplicar esse dinheiro em um investimento com liquidez diária, ou seja, no qual o valor pode ser retirado a qualquer momento, que seja superior à poupança e que seja acima de 100% CDI. Exemplo: Tesouro Selic e CDB acima de 100% CDI”, orienta o especialista.
    Reserva de oportunidade: “É o mesmo objetivo do colchão, porém, se no colchão é para a segurança, na reserva de oportunidade, o dinheiro é para ser usado quando surge uma boa chance de negócio”, explica Renan Diego.
  2. Renda fixa (curto, médio e longo prazo): “São tipos de investimentos com rendimentos atrelados ao CDI. Com a taxa de juros alta, o investidor está seguro e vai receber mais de 1% ao mês. Há opções como os CDBs, LCA (Letras de Crédito do Agronegócio), LCI (Letras de Crédito Imobiliário, Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA) e Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI) são aplicações de renda fixa lastreadas em empréstimos a produtores rurais ou a empresas do setor imobiliário”, detalha.
  3. Ações: “O ideal é escolher empresas que pagam bons dividendos, como por exemplo, empresas do setor de energia elétrica, setor de saneamento e setor bancário. Além, claro, de empresas que o governo petista deve investir durante esse mandato, de acordo com as tendências e características do perfil Lula, como empresas nas áreas de educação, que tendem a serem valorizadas devido a programas que devem ser criados, como o FIEs, bem como na área da construção civil, que também deve ser incentivada nesse governo”, comenta o expert em investimentos.
  4. FII’s: “Aqui estamos falando dos fundos de investimento imobiliário. Essa opção permite gerar uma renda mensal. É como se você recebesse um aluguel mensal, sem precisar ter um imóvel. Os melhores setores para investir nos FII’s são papel (ativos financeiros), shoppings, galpões logísticos e agronegócio e rendem mais do que um aluguel, de fato, sem a necessidade de um investimento inicial alto, como a entrada de um imóvel”, explica.
  5. Bolsa americana: “Embora a taxa de juros suba e a bolsa caia e, quando a bolsa cai, o dólar sobe, é importante ter investimentos no exterior. Aconselho essa opção para quem já tem uma patrimônio maior, como proteção patrimonial”, conclui o especialista.

Fonte: Luana Carolina de Souza Aires Lavoyer