Especialistas discutem logística e infraestrutura na sede da Faeg

Em época de ajuste fiscal e desaceleração econômica, parece não haver uma solução simples para sair da crise no curto prazo. Para o governo, uma das apostas para retomada é a infraestrutura, como ficou claro no lançamento do Programa de Investimentos em Logística (PIL). Já para as Federações de Goiás, Tocantins e Pará a dúvida é – como construir uma agenda de reformas e mobilizar empresários, produtores e sociedade civil? – A pergunta que muitos fazem e buscam respostas esteve em debate na última terça-feira (23), na sede da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg).

Na ocasião, representantes do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), especialistas em logística e representantes da Faeg, da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e representantes do Estado, se reuniram para discutirem os principais desafios que travam a logística, infraestrutura e exportação das cadeias produtivas do agronegócio goiano.

Em debate, a melhoria do potencial de exportação de soja, milho, aves, suínos, leite e tomate, consideradas relevantes nas cadeias em Goiás, serão ratificadas por meio de ações, estratégias, planejamentos e investimentos que possibilitem o aumento da competitividade da produção do Estado, principalmente para o mercado internacional.

Segundo o presidente da Faeg, José Mário Schreiner, um dos principais desafios do setor, correspondem à logística, infraestrutura e hidrovias. “O Brasil especialmente Goiás, possui gargalos de infraestrutura que dificultam a atividade econômica e produtiva. Ao investir na solução desses problemas, melhoramos nossa competitividade no longo prazo e movimentamos a economia”, afirmou.

Nos últimos 50 anos, o agronegócio expandiu sua fronteira agrícola em exportação e alcançou números e espaços no cenário internacional, mas para que os números cresçam cada vez mais, as ações entre as empresas privadas e órgãos públicos se fazem necessárias. “O objetivo ao final dos encontros é apresentar as propostas levantas sobre os principais gargalos das exportações e produções do setor ao governo, isso será feito por meio de diagnósticos do Banco Internacional de Desenvolvimento (BID)”, ressaltou o gerente de Assuntos Técnicos e Econômicos da Faeg, Edson Novaes.

BID

As propostas, foram apresentadas pelo representante do departamento de integração do BID, Guilherme Piereck, que será responsável pelo planejamento e execução de estudos que visam identificar as necessidades de investimentos em infraestrutura e atividade que apoiem o setor agroexportador. “Esses diagnósticos, serão responsáveis pela identificação dos investimentos estratégicos necessários, além de oferecer apoio à disseminação e capacitação dos agentes e atores envolvidos e a assessoria técnica para a implementação das ações propostas”, explicou Piereck.

Logística

Apontando os principais trechos e rodovias que ligam Goiás a outros estados, responsáveis pelas vias de acesso das produções, o representante do departamento técnico da Micrologística, José Vicente Ferraz, apresentou os desafios no que diz respeito a logística e a infraestrutura. “Por incapacidade de arcar com os custos de transporte, o Brasil deixou de produzir 4 milhões de toneladas de soja e milho em 2014”, pontou Ferraz.

Assim como a soja e o milho, o escoamento de suínos, aves, leite e tomate também esbarram nos problemas de infraestrutura das rodovias. Com as propostas levantadas, o diagnóstico pontou os trechos de Itumbiara, Goiânia, Anápolis, Uruaçu, Santa Tereza de Goiás, Porangatu e as divisas entre Goiás e Tocantins. O estudo feito, corresponde aos terminais, portos, rodovias e hidrovias brasileiras.

Em agosto, será realizado um workshop com os principais agentes das cadeias envolvidas no estudo para a finalização do planejamento e apresentação das propostas de investimentos ao governo e a iniciativa privada de Goiás.