Visando discutir a falta de segurança que vem tirando o sono dos produtores goianos, o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), José Mário Schreiner, se reúne, na manhã desta quinta-feira (5) com o secretário de Secretaria da Segurança Pública e Administração Penitenciária, Joaquim Mesquita. O encontro será realizado na sede da Federação e contará com a presença de aproximadamente 150 produtores rurais que pretendem debater o assunto juntamente com os Comandos Regionais da Polícia Militar e Delegacias Regionais da Polícia Civil de Goiás.
O objetivo principal do evento é proporcionar uma proximidade maior entre as polícias goianas e os produtores rurais. Para isso, a Faeg e o Senar Goiás, em parceria com a secretaria, irão lançar a Cartilha de Segurança Rural. No documento estão presentes as principais orientações de segurança para quem vive no campo. Além disso, contém também os contatos das 17 Delegacias Regionais da Polícia Civil, 18 Comandos Regionais da Polícia Militar e dos mais de 130 Sindicatos Rurais.
A reunião foi agendada depois que um número grande de roubos e furtos foi registrado nas áreas rurais do estado. Durante o encontro, também será apresentada a estrutura de segurança formada pelo Grupo de Repressão a Crimes Rurais e de Divisas, pelo Comando de Operações de Divisas (COD), pela Patrulha Rural e pelo Grupos Especiais de Repressão a Crimes contra o Patrimônio (Gepatri). Para falar sobre a situação de cada região, presidentes de Sindicatos Rurais (SRs) e produtores foram convidados e mais de 100 pessoas já confirmaram a presença.
Representando o agropecuarista, também estarão presentes o vice-presidente da Faeg, Bartolomeu Braz Pereira e Arthur Toledo, consultor do Sistema Faeg indicado para presidir a Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa). Já representando o governo estadual, além de Mesquita também comparecerão o superintendente da Polícia Civil (PC), Odair José Soares e o gerente de Planejamento Operacional da entidade e Reinaldo Koshiyana.
Comissão de Segurança Rural e Assuntos Fundiários da Faeg
Criada em 2006, a Comissão de Segurança Rural e Assuntos Fundiários da Faeg tem como objetivo intermediar as discussões entre os produtores e órgãos representantes da segurança em Goiás. Além disso, atua de forma preventiva, orientando as famílias do campo no combate à criminalidade. O presidente da Comissão, Arno Weis, que também é presidente do Sindicato Rural de Cabeceiras também estará presente na ocasião.
Casos frequentes
Nesta terça-feira (3), João Barbosa da Silva, de 35 anos, conhecido como João do Porco, foi apresentado na Delegacia Estadual de Homicídios (DIH). Ele é suspeito de integrar uma quadrilha especializada em roubo a propriedade rurais, sempre com uso de violência. Além da parte patrimonial, eles cometiam violência física e sexual com as vítimas. Um dos casos foi registrado em Caldas Novas e as investigações duraram sete meses.
O produtor rural de Rio Verde, Ederaldo Brucceli, foi vítima de furto no mês de outubro passado. Da propriedade que fica na região São Thomaz, os ladrões levaram 48 toneladas de cloreto de potássio que estavam armazenados em um local distante da sede da fazenda. Segundo o produtor, graças à rápida ação da polícia após a realização do boletim de ocorrência, o adubo foi encontrado 72 horas após. “Logo que percebemos o ocorrido, já comunicamos a polícia, fizemos todo o registro e eles começaram o patrulhamento, todo o material foi encontrado no município de Santa Helena em caminhões e a quadrilha foi presa”, contou o produtor.
Em janeiro deste ano, uma quadrilha com 12 pessoas foi presa pelo Grupo Especial de Repressão a Crimes Patrimoniais (Gepatri), de Rio Verde. O grupo agia na Região Sudoeste do Estado, com foco principal nas cidades de Rio Verde, Caiapônia e Montividiu, além de Iporá, no Centro Goiano. De acordo com a Polícia Civil, em um ano o grupo chegou a roubar duas mil cabeças de gado além de defensivos agrícolas e maquinário.
Na ocasião, o delegado Danillo Proto, titular do Gepatri de Rio Verde afirmou que, caso a fazenda tivesse ocupada o grupo rendia os proprietários, apartava o gado e levava os animais. A quadrilha ainda praticava furtos em propriedades rurais desocupadas. Em uma das propriedades 41 cabeças de gado foram roubadas de uma única vez e o prejuízo chegou a R$ 60 mil. No total, foram quase seis meses de investigação.
Por: Catherine Moraes e Michelle Rabelo FAEG