Visando analisar a safra 2014/15 e debater importantes temas de interesse do setor produtivo de grãos do estado, a Comissão de Grãos, Fibras e Oleaginosas da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg) se reuniu com produtores e outras entidades durante a 14ª Technoshow Comigo, que foi realizada, na última semana, no município de Rio Verde. O coordenador da Frente Parlamentar do Agronegócio da Assembleia Legislativa do Estado de Goiás, deputado Lissauer Vieira (PSD), e o presidente da Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa), Arthur Toledo, também estiveram presentes, e junto aos produtores debateram diversos temas que vêm preocupando os agricultores goianos, como a liberação de crédito para a próxima safra, o atual modelo de seguro rural e a defesa vegetal em Goiás, entre outros.
Filho de produtores rurais, Lissauer Vieira falou sobre a intenção de apresentar um projeto de Lei que reduz o Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS) do óleo diesel. A proposta foi bastante elogiada pelos produtores, pois este produto abrange uma grande fatia do custo de produção e tem pesado na conta do setor. Lissauer foi recebido pelo presidente da Faeg, José Mário Schreiner, que fez questão de destacar a importância da influência política para viabilizar às decisões técnicas.
Avaliação da Safra 14/15
Em relação à análise da safra 2014/15, o final da colheita da soja em Goiás confirmou a elevada quebra de produção estimada pela Faeg após o período de estiagem no mês de janeiro, o que prejudicou fortemente as produtividades das lavouras, que ficaram abaixo da média dos últimos anos. Já para o milho, o plantio da safrinha se estendeu mais do que a janela ideal, sendo que alguns produtores plantaram até o final do mês de março.
Atraídos por preços atrativos e um volume elevado de chuvas nas últimas semanas, estima-se um aumento de área plantada, mas diminuição de investimentos em insumos, principalmente de sementes e fertilizantes. A chuva vem contribuindo e as lavouras plantadas mais cedo já receberam água suficiente para obterem produtividades satisfatórias. O problema é que devido ao plantio atrasado, as demais lavouras precisarão de chuva ainda o final de abril e no mês de maio.
Seguro rural
O tema seguro rural foi discutido com ares de ânimo, visto que na abertura da Tecnoshow a Ministra Kátia Abreu informou que os recursos de subvenção federal do seguro serão garantidos. Também na cerimônia de abertura da feira, representando o governador Marconi Perillo, o vice-governador José Eliton Júnior disse que Goiás vai buscar atender as demandas da Federação e dos produtores rurais, contribuindo também para o aporte de parte do prêmio do seguro, além de “buscar incansavelmente maneiras de contribuir com o produtor rural”.
Soja em pauta
Sobre a criação do Fundo de Incentivo a Cultura da Soja, o presidente da Associação dos Produtores de Soja de Goiás (Aprosoja Goiás) e Vice Presidente Institucional da Faeg, Bartolomeu Braz Pereira, destacou a representatividade desta cultura no estado, que hoje ocupa quase 60% das áreas agricultáveis e representa 35% do Valor Bruto da Produção goiana. “Precisamos de propostas que possibilitem o crescimento da produção, aumento de empregos e, como consequência, geração de renda. Vamos buscar a implantação do Fundo da Soja, para viabilizar os projetos do setor produtivo, atendendo de forma ainda mais efetiva os produtores rurais e suas demandas”, completou.
Defesa Sanitária
Também presente na reunião, e bastante elogiado pelos produtores, o novo presidente da Agrodefesa, Arthur Toledo, falou sobre a defesa agropecuária em Goiás, com destaque ao cadastro das áreas produtoras de soja goianas junto à entidade – como medida fitossanitária que visa a prevenção e o controle da Ferrugem Asiática. Os produtores são contrários à obrigatoriedade devido ao mau funcionamento do sistema de cadastro. Toledo se comprometeu a melhorar a estrutura de prestação de informações no site da Agrodefesa, o que tornaria o cadastro eficiente e funcional, de fato.
Arthur também ratificou o trabalho da Agrodefesa em relação a liberação do uso – devidamente controlado e fiscalizado – de produtos que possuam em sua fórmula o benzoato de emamectina, utilizado para o combate da lagarta Helicoverpa Armigera.
Por fim, Arthur Toledo fez questão de destacar seu objetivo à frente da Agrodefesa. Ele explicou que pretende deixar claro que a entidade não tem fins de arrecadação e sim de defesa vegetal, educação sanitária e abertura de mercados para os produtos agropecuários goianos. Segundo Toledo, que assumiu a Agrodefesa em fevereiro, a entidade está totalmente alinhada com os anseios do setor produtivo, e visa construir em parceria estes importantes pilares para a evolução do setor rural de Goiás.
Por: Michelle Rabelo, de Rio Verde