O manejo dos nematoides nos sistemas de cultura dos cerrados esteve em pauta durante o 12º Congresso Brasileiro do Algodão, em Goiânia. O trio de especialistas, Fabiano Perina, Rafael Galbieri e Rosângela Silva falaram sobre os fatores agravantes que contribuem para o desenvolvimento dessa praga.
“Os nematoides preocupam a cotonicultura brasileira mas existem controles biológicos, genéticos, culturais e químicos que podem ajudar os produtores de forma integrada”, avalia Fabiano Perina, que trouxe um panorama da infestação de nematoides no Oeste da Bahia. Segundo ele, nas safras 2016/2017 e 2017/2018, cerca de 85% das áreas monitoradas foram detectadas com nematoide das lesões e 37% delas, com nematoide das galhas. “Apesar do índice ser menor, é justamente este segundo tipo que causa os maiores prejuízos na região do cerrado”, diz. O estudo contemplou 98 fazendas, 835 amostras em 11 municípios baianos.
Para os especialistas, a grande dificuldade por parte dos produtores é a rotação de cultura completa, a implementação das plantas de cobertura e o elevado trânsito de máquinas nas safras recordes como as de agora. “Esses implementos não são higienizados adequadamente, o que dissemina o nematoide rapidamente para áreas livres”, explica.
Segundo Galbieri, o manejo cultural adequado, a escolha das cultivares mais resistentes ou tolerantes, além do controle biológico da praga e tratos culturais simples são capazes de minimizar o impacto do nematoide nas lavouras. “O ideal é tomar as medidas preventivas para não deixar a praga entrar na fazenda mas, uma vez instalado, o produtor tem que acompanhar e controlar a infestação, usando essas ferramentas de forma associada para que esse conjunto de soluções integradas possa diminuir as perdas na produção”, finaliza Galbieri.
Fonte: Brenno Sarques