*Por Tiago Freitas de Mendonça e Pedro Leonardo Rezende
Forte, diversa, resiliente, sustentável… Muitos adjetivos poderiam ser usados para definir a agricultura familiar (ou agropecuária familiar), mas nenhum deles conseguiria resumir totalmente o que este segmento representa para a economia, a sociedade e a cultura brasileiras. A agricultura familiar contribui para fixar parte da população no campo, movimenta a economia das pequenas e médias cidades, abastece as grandes metrópoles eajuda a preservar tanto as nossas tradições culturais quanto os nossos recursos naturais.
De acordo com o Censo Agropecuário 2017 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 76,8% dos estabelecimentos rurais brasileiros se enquadram como familiares. Em Goiás, este percentual é de 62,9%, ou seja, quase dois terços.
Estudo recente feito pelo Instituto Mauro Borges (IMB)mostra que o valor da produção da agricultura familiar goiana ocupa a oitava posição no ranking nacional. Um dos destaques é a fruticultura. A produção goianade jabuticaba e cagaita, por exemplo, responde por 16% e 9% da produção total da agricultura familiar brasileira nos dois itens. No leite, os produtores familiares também se destacam, participandocom cerca de 50% do total da produção estadual.
Em outras palavras, é impossível negar a importância da agricultura familiar. Se há comida na mesa, isso se deve em grande parte ao esforço destas pessoas.
Além disso, o agricultor familiar tem uma relação não somente econômica, mas afetiva com a terra. Em alguns casos, as famílias ocupam aquele espaço há décadas, gerações. Querem continuar trabalhando e produzindo para se manter ali. Elas sabem, assim como nós, que não há lugar melhor no mundo.
Por tudo isso, estas famílias merecem um olhar e um cuidado especial do Poder Público.Elas precisam ser incluídas na revolução tecnológica em curso no agronegócio.
Esta é uma das nossas principais preocupações ao realizar um evento como a Semana Estadual da Agricultura Familiar, que começa nesta quarta-feira (27/7), no Centro de Tecnologia e Capacitação (Centrer) da Emater, no Campus Samambaia, em Goiânia. Durante três dias, produtores, estudantes, técnicos e gestores podem acompanhar palestras e oficinas sobre crédito rural, comercialização, genética, cooperativismo, bioinsumos, técnicas produtivas e outros temas voltados especificamente ao segmento. A programação completa está disponível no endereço bit.ly/SemanaDaAgricultura.
Queremos trocar experiências e ouvir as demandas de que está no campo, produzindo, gerando renda e colocando alimento na mesa. A agricultura familiar tem um imenso potencial de expansão em Goiás. Vamos crescer juntos.
___
Tiago Freitas de Mendonça, secretário de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento*
Pedro Leonardo Rezende, presidente da Agência Goiana de Assistência Técnica, Extensão Rural e Pesquisa Agropecuária (Emater)*