Gestão é desafio para organizações de controle social de produtos orgânicos

Eles devem seguir algumas regras estabelecidas pelo Mapa, como reuniões periódicas registradas em atas assinadas pelos participantes, visitas às propriedades dos integrantes, além de todos os cuidados técnicos que a legislação de orgânicos estabelece. Com isso, os agricultores recebem a declaração do Mapa que permite a comercialização dos produtos apenas de forma direta ao público consumidor. Essas vendas geralmente são em feiras, entrega em casa (cestas), na unidade de produção e em programas de compras públicas.

A chefe do Núcleo de Apoio à Produção Orgânica (Nusorg) de São Paulo, Virginia Germani, disse que apesar de algumas dificuldades burocráticas, as OCSs têm conseguido manter a produção tecnicamente adequada. “Eles têm muita experiência com o plantio, o manejo, a colheita. Mas enfrentam dificuldades na organização dos documentos e gestão do grupo”, afirmou.

Quando o Mapa constata a necessidade de complementação de documentos, a OCS é intimada a apresentá-los dentro de um prazo determinado pela equipe, analisando a urgência e o impacto que a dúvida pode gerar sobre a produção. Quando a OCS está regularizada junto ao ministério, os integrantes são inseridos no Cadastro Nacional de Produtores Orgânicos, que pode ser consultado no site do Mapa. Atualmente, o Estado de São Paulo tem 61 OCSs, das quais participam 579 agricultores.

FEIRAS

As feiras de orgânicos do Bosque da Saúde, em São Paulo, e do Bosque dos Jequitibás, em Campinas, foram fiscalizadas também na semana passada. No total, oito amostras de produtos foram coletadas e encaminhadas para análise de resíduos de defensivos em laboratórios oficiais do Mapa.

Essas fiscalizações em pontos de venda também verificam a documentação dos estabelecimentos, buscando a garantia de que os itens avaliados são orgânicos. “Elas fazem parte do trabalho do ministério e tem por finalidade garantir a idoneidade dos produtos que chegam como orgânicos aos consumidores”, explicou Virginia. Em 2021, de 34 amostras coletadas, apenas duas apresentaram resíduos. A legislação no Brasil tem tolerância zero para a presença de agrotóxicos nos alimentos orgânicos.

CELEBRAÇÃO

Além das fiscalizações, atividades voltadas ao público consumidor, aos agricultores e organizadores de feiras marcaram a Semana do Alimento Orgânico na capital paulista. No Ibirapuera, nos dias 21 e 28 de maio, além de oficinas técnicas e contação de histórias, foram realizadas atividades de pintura facial em crianças. Já na Feira do Parque da Água Branca, nos dias 28 e 29 de maio, ocorreram palestras sobre alimentação orgânica para gestantes e crianças.

A agente de inspeção do Nusorg, Mariane Antunes Lopes, mediou uma live sobre criação e gestão de feiras orgânicas promovida no dia 23, com a participação do auditor fiscal federal agropecuário Marcelo Laurino, do coordenador do Programa de Consumo Sustentável do Idec (Instituto de Defesa do Consumidor), Rafael Arantes, e do engenheiro agrônomo e educador ambiental Paulo Marco de Campos Gonçalves. Para quem quiser conferir, a live está disponível no canal do YouTube da CPOrg-SP.

A promoção foi da Superintendência, por meio da CPOrg-SP, e da Comissão de Educação Sanitária (CES) de São Paulo.