A SIA, Serviço de Inteligência em Agronegócios, realizou um giro técnico pelo Paraguai. O foco principal foi na região do Chaco Paraguaio, onde a empresa tem experiência com atuação em propriedades na região. Além dos técnicos da SIA, liderados pelo gerente regional de Santa Catarina e Paraná, Juarez Tomazi Filho, produtores rurais paranaenses também estiveram nesta missão que teve como principal objetivo a integração técnica e a troca de conhecimentos com foco nos desafios produtivos da região.
A primeira parada foi na Expo Pioneros em Loma Plata, no Chaco, que é um evento organizado pela união de três cooperativas Menonitas que estão há 97 anos na região. “Esta foi a quinta edição da feira, que destaca tecnologias de cultivo e manejo de solo, além de apresentar novos equipamentos agrícolas e pecuários, como tecnologia de enfardamento para armazenar alimento e genética animal”, salienta Tomazi Filho. A Fundação Ideagro também esteve presente, disseminando tecnologia na região.
Nos demais dias, o grupo visitou três fazendas no Chaco e uma no Paraguai Oriental. “Na primeira fazenda, observamos o trabalho com bezerros alimentados com feno no cocho e vacas suplementadas no campo com feno, uma estratégia para enfrentar os longos períodos de seca. Além disso, a fazenda utiliza pivô de irrigação que usa água subterrânea (aquífero) para produzir feno. Já na segunda fazenda, vimos um confinamento para 10 mil animais alimentados com silagem de sorgo e DDG, entre outros alimentos. E na terceira fazenda, dedicada à agricultura, observamos o uso de seis pivôs de irrigação, permitindo até três safras anuais nas áreas irrigadas”, salienta o técnico da SIA.
Tomazi Filho ressalta também que no Paraguai Oriental, foi visitada uma fazenda focada em confinamento e produção de genética Nelore e Senepol, suplementando animais e usando pastejo intensivo com irrigação. “O Chaco paraguaio, uma região ocidental próxima à Bolívia, enfrenta condições extremas, com chuvas concentradas em 500 a 600 milímetros anuais distribuídas em apenas quatro a cinco meses. Em algumas áreas, a água disponível é salgada, exigindo soluções como poços artesianos para irrigação e manejo de culturas e pecuária, onde encontra água doce”, destaca.
O técnico da SIA salienta que o Paraguai conta atualmente com cerca de 13 milhões de bovinos e 6 milhões de habitantes, com uma média de duas cabeças de gado por habitante, comparado a uma por habitante no Brasil. “Aproximadamente 70% da produção de carne é exportada, tornando o país dependente do mercado externo. A exportação enfrenta desafios logísticos devido à falta de acesso direto ao mar, necessitando do Brasil ou dos rios para escoamento”, observa.
Além disso, o especialista reforça que o terreno fértil do Paraguai reduz a necessidade de adubação e correção do solo, facilitando o cultivo de milho, sorgo, gergelim, soja, amendoim e trigo no inverno. “Mesmo com desafios, a pecuária paraguaia tem mostrado potencial competitivo, especialmente em termos de preço de venda e qualidade genética, comparável a outros países da América do Sul”, complementa.
Fonte: AgroEffective Assessoria de Imprensa