A ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Kátia Abreu, afirmou nesta segunda-feira (16) em Brasília que implantará ações de combate à tuberculose e à brucelose em animais de todo o País. De acordo com a ministra, que participava de reunião sobre o Matopiba (fronteira agrícola que engloba os estados de Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), haverá um grande combate às doenças em animais do Rio Grande do Sul, Paraná, Goiás e Minas Gerais. “Estou trazendo essa informação geral para entenderem que estamos com olhar em todo o País”, disse ela, durante a reunião.
A reportagem da FOLHA apurou que a ministra se referiu à reformulação das normas do Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e da Tuberculose Animal, que conta com um grupo de trabalho desde o final do ano passado. “O grupo já está finalizando uma proposta inicial, que incluirá a participação de órgãos estaduais. Estão se desenvolvendo diretrizes gerais da revisão da norma (do Programa). No próximo passo, a Adapar (Agência de Defesa Agropecuária do Paraná) e serviços oficiais de outros estados serão consultados”, explica o fiscal agropecuário do Serviço de Saúde Animal da Superintendência Federal de Agricultura do Estado do Paraná (SFA-PR), Diego Leonardo Rodrigues. A ideia é que as novas ações tenham início ainda neste ano.
Atualmente, o programa – que tem mais de 10 anos – funciona com diversas ações, incluindo a vacinação da brucelose durante todo o ano em fêmeas de 3 a 8 meses e comprovação dessa vacinação através de calendário semestral, normalmente coincidindo com a vacinação da febre aftosa, em maio e novembro. Contra a tuberculose, não existe vacina.
Após a fase de avaliação, opinião e críticas dos serviços estaduais, haverá ainda uma consulta pública acerca do assunto, sugerindo alterações pertinentes da norma. “A ideia é que se promova novas ações dentro do programa, conforme o nível sanitário de cada Estado. Hoje nós temos ações que valem para o Brasil todo, como vacinação obrigatória em quase todos os estados (exceto Santa Catarina), certificação de propriedade e outras estratégias. Agora, com essas mudanças, estados que já tenham uma prevalência menor das doenças poderão implementar novas ações que não estavam sendo elencadas até o momento”, explica Rodrigues.
No caso do Paraná, por exemplo, o nível de ocorrência baixo das doenças faz com que o Estado já pense em novas ações específicas. “A ideia é evoluir, sair do lugar comum da vacinação e certificação das propriedades e, pensar, por exemplo, em sanear focos. As medidas ainda estão sendo definidas, já que estamos num processo de construção da nova norma.”
O fiscal explica que hoje não há obrigação de testar todos os bovinos e bubalinos nas propriedades que detectem um caso de brucelose ou tuberculose. Com isso, pretende-se incrementar a identificação e eliminação de animais doentes dos rebanhos. “Em Estados em que a doença têm baixa prevalência, nós estamos discutindo a ideia de sanear os animais positivos. Uma outra ferramenta é classificar os estados em relação a ocorrência delas.”
Por fim, Diego comenta que os Estados que lançarem mão dessas novas estratégias de combate e controle das doenças, “conseguirão avançar muito mais rápido em relação a comercialização de carne com outros países”.
Por: Folha Web