Hora dos poluidores pagarem a conta:

Especialista de Curitiba defende resultados brasileiros na COP-26 para 200 nações do mundo

País emite apenas 3% dos gases poluidores e pioneirismo agrícola na preservação ambiental e neutralização de carbono devem ajudar Brasil a obter financiamento climático por suas iniciativas

“O Brasil é parte da solução e vamos destacar isso. Estamos ousando com o ABC+. O Brasil vai dobrar a área de incidência de baixo carbono, chegar a 72 milhões de hectares ou o equivalente a dois Reinos Unidos”, afirma a especialista em Direito Ambiental Samanta Pineda. A advogada está confirmada para os 12 dias da COP-26, em Glasgow, Escócia.

O evento das Nações Unidas sobre mudanças climáticas começa segunda-feira e vai até 12 de novembro. Samanta Pineda, sócia do escritório Pineda & Krahn de Curitiba, estará em dois painéis, um sobre economia e o outro só de mulheres, ambos focados na sustentabilidade.

Ao lado dos biocombustíveis, a produção de baixo carbono será um dos destaque na fala da advogada. Também deve discutir a regulamentação do mercado de carbono com pagamentos feitos pelos grandes poluidores. A conferência climática já é considerada a mais importante já realizada para discussão da redução das mudanças climáticas.

Samanta Pineda apresentará as soluções verdes da agricultura nacional e os resultados dessas iniciativas no combate às emissões de poluentes, reforçando a necessidade de financiamento climático para os produtores brasileiros.

A Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima começa em 1o de novembro e acontece até dia 12 em Glasgow, na Escócia, país do Reino Unido.

O exemplo brasileiro está ligado ao ABC+, nova versão do plano de Agricultura de Baixo Carbono lançada semana passada pelo Ministério da Agricultura. Samanta Pineda afirma que há grande expectativa para a conferência, que pode regulamentar o mercado internacional de carbono, do qual o Brasil é superavitário.

Baixo Carbono na produção de alimentos

Como os gases de efeito estufa produzidos na geração de energia são o principal motivo da mudança climática, as matrizes energéticas brasileiras como etanol e biocombustíveis estão em foco. A produção de alimentos com técnicas de baixa produção de carbono, porém, também são consideradas Mecanismos de Desenvolvimento Sustentável (MDS) e vão reforçar o potencial de novas linhas de financiamento para a agricultura brasileira.

O plano também investe na forma como a propriedade se relaciona com seu entorno e em uma nova linha de financiamento para energias renováveis.

Os painéis terão transmissão on-line pelo Youtube da ONU, basta inscrever-se para acompanhar. O painel de economia com Samanta Pineda,  “Liberando o capital privado para financiamento de infraestruturas de sustentabilidade”, será em 4 de novembro. A advogada de Direito Ambiental falará sobre o sustentável como ferramenta econômica e também de transformação pessoal. No dia seguinte, ela participa da mesa de debates “Mulheres na transição da energia e da inovação para sustentabilidade.”

Desafios da COP-26

A 26a edição da COP traz para o Reino Unido a urgência dos eventos climáticos e a necessidade de cumprir a meta de limite do aquecimento global em até 1,5oC prevista pelo Acordo de Paris de 2015. “É um evento anual, no qual os maiores líderes mundiais sentam à mesa para discutir como vamos enfrentar esse grande desafio que são as mudanças climáticas”, explica Luiza Furiatti, mestre em Direito Ambiental e Sustentabilidade e advogada sócia do Pineda e Krahn.

O momento pós-pandemia também deve influenciar nos temas em pauta. “A economia verde está sendo debatida nas grandes mesas internacionais, saiu daquele pano de fundo que era só um problema para ser uma solução E precisamos investir em questões ambientais que impactem positivamente na nossa vida”, diz Luiza Furiatti.

As mudanças climática no Paraná

“Nós temos eventos extremos relacionados ao clima acontecendo. O Paraná tem tido a maior seca dos últimos 50 anos e com certeza as mudanças climáticas têm um papel importante nesse processo. Todas essas questões vão ser debatidas lá em Glasgow”, afirma a advogada ambiental Luiza Furiatti.

Segundo ela, o Paraná e o Brasil vão apresentar o que vem fazendo para reduzir suas emissões e novas metas. Outros tópicos devem ser o compromisso em combater o desmatamento ilegal e o incentivo às boas práticas agrícolas.

“Com certeza a agricultura vai trazer opções e vai ser beneficiada dentro desse processo, porque tem papel importante não só na produção de alimento, mas também com a produção sustentável que vai ajudar nesse processo de redução de emissões”, esclarece a advogada Luiza Furiatti, sócia da Pineda & Krahn.

Estima-se que a COP-26 deve reunir cerca de 25 mil pessoas entre líderes mundiais, especialistas, negociadores, jornalistas, ativistas e empresas.

Fonte: Juliana Rangel Comunicação