A bolsa de N.Y. finalizou a sexta-feira em alta, a posição julho atingiu a máxima de +4,55 fechando com +2,65, acumulando na semana +5,55 pts.
A moeda norte-americana encerrou o dia em queda de 1,76%, cotada a R$ 5,7428. Após bater novo recorde na véspera, com os investidores mais inclinados a fazer apostas arriscadas após alívio nas tensões entre Estados Unidos e China. Na semana e do mês, o dólar acumula alta de 5,57%. Nesta sexta-feira, os principais representantes comerciais das duas maiores economias do mundo discutiram a Fase 1 de seu acordo comercial, e o país asiático disse que concorda em melhorar a atmosfera para sua implementação, enquanto os EUA disseram que os dois lados esperam que as obrigações sejam cumpridas. A notícia acalmou o sentimento dos mercados, principalmente depois que o presidente dos EUA, Donald Trump, e outras altas autoridades norte-americanas culparam a China pela morte de centenas de milhares de pessoas devido ao surto de coronavírus, e ameaçaram ações punitivas, incluindo possíveis tarifas e o afastamento das cadeias de suprimentos da China. Enquanto isso, os investidores também reagiram a dados impressionantes sobre o emprego nos Estados Unidos. A economia norte-americana perdeu 20,5 milhões de postos de trabalho em abril, sua queda mais acentuada desde a Grande Depressão, enquanto a taxa de desemprego no país ficou em 14,7%. Apesar de evidenciarem o enorme impacto econômico das medidas de contenção do coronavírus, os dados ainda vieram melhores do que as expectativas dos mercados. Economistas consultados pela Reuters previam fechamento de 22 milhões de vagas fora do setor agrícola e taxa de desemprego de 16%. A alta do dólar na semana ocorre diante de um intenso desconforto no mercado local de câmbio ditado pela combinação entre juros cada vez mais baixos, economia em colapso e persistentes incertezas do lado político. Antes dos mais recentes ruídos políticos, o câmbio já vinha se depreciando, sob pressão da queda constante dos diferenciais de juros entre o Brasil e o mundo. O Copom não apenas cortou a Selic além da magnitude de 0,50 ponto esperada por ampla parte do mercado como indicou possibilidade de outra flexibilização monetária nesse tamanho na próxima reunião do colegiado, nos dias 16 e 17 de junho. O juro básico caiu para 3%, nova mínima histórica. Juros ainda mais baixos reduzem o diferencial de taxas entre o Brasil e o mundo, o que prejudica a competitividade do país em termos de atração de capital ávido por retornos, num momento em que mercados emergentes de forma geral sofrem fortes saídas de recursos por causa da crise do Covid-19. De acordo com último boletim Focus do Banco Central, o mercado financeiro passou a projetar retração de 3,76% do PIB (Produto Interno Bruto) em 2020.
Fonte: Mellão Martini
Crédito: Agência do Rádio Mais