Infocafé de 28/10/21. | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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N.Y. finalizou a quinta-feira em baixa, a posição dezembro oscilou entre a máxima de +1,85 pontos e mínima de -2,75 fechando com -1,40 pts.
O dólar fechou em alta de 1,25%, cotado a R$ 5,6248. Nesta quinta, a FGV mostrou que o Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), também conhecido como “inflação do aluguel”, subiu 0,64% em outubro, acima do esperado, acumulando uma alta de 21,73% em 12 meses. Na noite de quarta-feira, o Banco Central decidiu elevar a taxa básica de juros da economia de 6,25% para 7,75% ao ano, o maior patamar em quatro anos, sinalizando que pode voltar a elevar a Selic novamente em 1,5 ponto em dezembro.
A escalada de preços dos insumos foi a principal responsável pelo aumento dos custos de produção da agropecuária em 2021, após o valor de alguns fertilizantes e defensivos acumular altas que superam 100% no ano até setembro, indicando também despesas mais altas para 2022, disse nesta quinta-feira a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Entre os adubos, os preços da ureia, do fosfato monoamônico (MAP) e do cloreto de potássio (KCL) subiram 70,1%, 74,8% e 152,6%, respectivamente. Já entre os agroquímicos, o glifosato lidera com avanço de 126,8%, informou a CNA com base em resultados do projeto Campo Futuro. “O fertilizante, por exemplo, subiu mais de 100% de janeiro a setembro deste ano, em razão da alta demanda, escassez da oferta mundial, elevação dos preços internacionais e problemas logísticos”, explicou a confederação em nota, ressaltando que o viés altista deve perdurar até 2022, influenciando as margens do setor agrícola. No caso dos defensivos, a alta foi influenciada principalmente pela interrupção da operação de indústrias fabricantes do insumo na China e problemas com o fornecimento de matéria-prima. “Segundo relato dos produtores, houve falta do produto em algumas regiões, trazendo preocupações que vão além da elevação do custo.” O principal indicador analisado no projeto Campo Futuro foi o Custo Operacional Efetivo (COE), que inclui itens como insumos (fertilizantes, sementes e defensivos agrícolas), operações mecânicas, comercialização agrícola, entre outros. Além dos insumos, a CNA destacou que o clima também afetou algumas atividades agropecuárias, citando os impactos de estiagens ocorridas no segundo semestre de 2020 e início de 2021. Na cafeicultura, por exemplo, o Custo Operacional Efetivo do tipo arábica teve aumento de 15% em relação ao levantamento realizado em 2020. Já o COE do conilon subiu 31,3%. “O fertilizante foi o item que mais impactou no bolso do produtor, sendo 20,8% para o arábica e 34,2% para o conilon na média das regiões”, disse a análise. Em contrapartida, houve aumento de receita (preço de comercialização do produto no período versus produção) de 54% do café arábica e 35,4% do café conilon. Segundo a CNA, a valorização das cotações do grão foi resultado da menor oferta mundial e problemas logísticos para escoamento da safra em países produtores, como o Brasil. Para 2022, a expectativa da confederação é de aumento ainda mais significativo nos custos com fertilizantes, podendo impactar negativamente na margem dos cafeicultores. O projeto Campo Futuro é uma iniciativa do Sistema CNA/Senar, em parceria com o Cepea/Esalq, a Labor Rural da Univeridade Federal de Viçosa, o Pecege da Esalq/USP e o Centro de Inteligência de Mercados da Universidade Federal de Lavras. Em 2021, foram realizados pelo programa 127 painéis virtuais de levantamento de custos de 24 atividades produtivas.
Fonte: Reuters