A bolsa de N.Y. finalizou a sexta-feira com forte alta, a posição março atingiu a máxima +7,65 pontos fechando com +7,05 acumulando na semana +6,15 pts.
A moeda norte-americana recuou 0,17%, cotada a R$ 5,3255. Na semana, o dólar caiu 1,13%. A inflação calculada pelo Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) acelerou a alta para 3,28% em novembro, pressionada pelo avanço dos preços de commodities agropecuárias. Com o resultado, o indicador acumula alta de 21,97% no ano e de 24,52% em 12 meses. Já a confiança da indústria cresceu pelo sétimo mês consecutivo em novembro e atingiu o maior patamar desde outubro de 2010. Do lado mais estrutural, o foco dos mercados segue voltado para a sustentabilidade fiscal do Brasil –cujas dúvidas, segundo analistas, explicam grande parte da depreciação nominal da moeda brasileira ante o dólar neste ano. Além das preocupações com o risco de uma segunda onda de contaminações no país e de desaceleração do ritmo de recuperação da economia, segue no radar dos investidores as discussões em torno do Orçamento de 2021 e nas medidas de ajuste fiscal para garantir a saúde das contas públicas.
A produção de grãos arábica no Brasil, maior produtor mundial de café, deve cair 33% no próximo ano sob o impacto do clima seco justo quando agricultores aumentam a poda dos cafeeiros. Essa é a previsão da Volcafe, uma das maiores tradings de café do mundo. A expectativa para a colheita no Brasil é de 34,2 milhões de sacas de café arábica no próximo ano em comparação aos 51 milhões neste ano, segundo relatório para clientes visto pela Bloomberg. A previsão, que ainda pode ser revisada, foi calculada depois de um levantamento preliminar da safra, segundo a trading com sede em Winterthur, na Suíça. Já se esperava queda da produção do Brasil em 2021 após a safra recorde deste ano e à medida que os pés de arábica entram na metade de menor produtividade do ciclo bienal. Mas o tempo seco e o aumento da poda após a florada não ocorrida nas áreas de arábica do sul de Minas Gerais, Cerrado e Mogiana agravaram o quadro, e a Volcafe reduziu sua previsão em 3,3 milhões de sacas em relação à estimativa de junho. “Embora normalmente os cafeeiros possam suportar períodos de pouca chuva de maio a agosto sem causar perdas irreversíveis, a seca prolongada, especialmente no sul de Minas, partes da Mogiana e do Cerrado nos últimos três meses, deixou a umidade do solo abaixo da média e um impacto negativo na florada”, disse a operadora. A queda da produção brasileira na safra 2021-22 deve levar a um déficit recorde de 11 milhões de sacas no mercado de arábica, disse a Volcafe, citando uma estimativa calculada com base no ano-safra, que começa com a colheita em cada um dos países, abrangendo mais de um ano. A maioria das tradings de café costuma olhar os saldos dos 12 meses a partir de outubro. A demanda por café caiu mais de 4 milhões de sacas em seis meses devido à pandemia. O consumo global encolheu 0,6% na temporada encerrada em 30 de setembro, estima a Volcafe. Embora o consumo deva aumentar 1,2% na atual temporada, ainda estará abaixo da média de 5 anos de 2,6%, de acordo com o relatório. O grão robusta, usado no café instantâneo e que também é mais comum nas embalagens de varejo, ganhou impulso com mais pessoas tomando café em casa.
Fonte: Mellão Martini