A ministra Kátia Abreu recebeu nesta terça-feira (19) o ministro da Agricultura da China, Han Chang, para discutir novas parcerias na área agropecuária. Os dois países estudam firmar um acordo para pesquisarem em conjunto produtos transgênicos.
Mais cedo, durante cerimônia no Palácio do Planalto, os dois países assinaram um protocolo sanitário para exportação de carne bovina brasileira in-natura à China, autorizando oito estabelecimentos brasileiros a negociarem com o mercado chinês. Uma planta brasileira também foi autorizada a exportar carne de aves.
Durante a reunião, no Ministério da Agricultura, Kátia Abreu propôs ao ministro chinês uma parceria estratégica na área de ciência e tecnologia a fim de aprofundar a cooperação em transgênicos. A Embrapa já tem uma representação naquele país e atuará como parceira.
“Poderemos colher bons frutos para o Brasil, para a China e para todo o mundo nessa parceria em produção de biotecnologia”, afirmou. “A única forma de dissipar o medo em relação a transgênicos é pesquisarmos juntos. Nós, que temos a responsabilidade de alimentar o nosso país e o resto do mundo, precisamos de qualidade e baixo custo”, completou a ministra durante entrevista à imprensa após a reunião.
Os dois ministros da Agricultura decidiram ainda firmar cooperação para partilharem informações online sobre a cadeia produtiva dos países. O Brasil já possui uma base de dados única que compila dados de todo o rebanho bovino, suíno e de aves e pretende incluir ainda este ano peixes e vegetais, segundo Kátia Abreu. A intenção do governo brasileiro é adotar a prelisting para pescados e tripas.
“Construiremos a maior plataforma do mundo não só na área animal, mas também na área vegetal. Essa será a resposta definitiva para alcançarmos o que queremos, que é o prelisting para pescados e tripas a 162 empresas brasileiras”, afirmou a ministra.
Os ministros também iniciaram as conversas para adoção de acordos de tarifas especiais a determinados produtos, prática que tem o aval da Organização Mundial do Comério (OMC) quando praticada entre países em desenvolvimento.
China e Brasil deverão criar um grupo para estudar a viabilidade da proposta e definir os produtos contemplados. O governo brasileiro tem interesse em incluir lácteos, disse Kátia Abreu.
“Só exportamos 1% de tudo que produzimos em leite em pó. Temos produção muito forte, que cresce a 5% ao ano e um consumo que avança a 3%. Temos de procurar mercados”, explicou.