Agricultores familiares, povos e comunidades tradicionais e técnicos de Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater), participaram, em Belém (PA), da oficina de capacitação em Legislação Sanitária, Políticas Públicas e Boas Práticas de Produção e Manejo de Plantas Medicinais e Fitoterápicos.
Promovida pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), por meio da Secretaria de Agricultura Familiar e Cooperativismo (SAF), em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a ação ocorreu na terça-feira (29) e quarta-feira (30).
A capacitação faz parte do Projeto “Articulação e Governança para a Promoção de Cadeias de Valor em Plantas Medicinais e Fitoterápicos: A Saúde como Setor Estratégico para o Desenvolvimento Local”. A iniciativa tem o objetivo de promover a saúde e a inclusão produtiva, a partir do fortalecimento da gestão da base produtiva de plantas medicinais e fitoterápicos, com enfoque na agricultura familiar, povos e comunidades tradicionais, quilombolas, povos indígenas e assentados da reforma agrária.
Quilombola, da comunidade Deus Me Ajude, em Salvaterra, Ilha do Marajó (PA), José Luís Souza ressalta que a capacitação lhe permitiu se tornar um multiplicador de boas práticas. “Através dos conhecimentos adquiridos aqui, somados aos que nós já tínhamos, poderemos levar ainda mais informações para as nossas comunidades como também para o nosso município e para os movimentos sociais dos quais participamos, para ajudarmos agricultores familiares que estão na base. Aqueles que necessitam dessas informações para dar seguimento aos seus trabalhos”.
Dentre as espécies de plantas medicinais que foram objeto das atividades, estavam o bacuri (Platonia insignis), o buriti (Mauritia flexuosa), o jambu (Acmela oleracea) e o tucumã (Astrocaryum aculeatum). Estas cadeias foram mapeadas na primeira fase do projeto, para definição do Plano de Ação Estratégico voltado ao aprimoramento do processo de gestão produtiva e das cadeias de plantas medicinais e fitoterápicos.
De acordo com Joelma Trindade, presidente da Cooperativa Primavera (Cooprima), que atua junto a agricultores familiares do município de Primavera, a cerca de 200 km de Belém, além de garantir novos aprendizados, as atividades alertaram sobre a importância de ampliar as opções de cultivo para uma maior geração de renda. “A capacitação nos deu muito conhecimento, principalmente com relação à diversificação das plantas medicinais. Eu fico muito feliz porque vou conseguir multiplicar essas informações na minha comunidade”.
O engenheiro agrônomo da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), Eduardo Benício Gomes, ressaltou que a oficina foi “esclarecedora, proveitosa e que vai levar muitos benefícios para todas as famílias do campo do estado do Pará”.
A produtora rural Ana Alice Pereira, da Cooperativa Agropecuária dos Produtores Familiares Irituienses (D’irituia), localizada no nordeste paraense, também destacou o aprimoramento de conhecimentos. “Espero que venham outras capacitações como esta”.
A ação se insere no “Eixo II – Ervas Medicinais, Aromáticas, Condimentares, Azeites e Chás Especiais do Brasil”, do programa Bioeconomia Brasil – Sociobiodiversidade. Lançado em maio deste ano pelo Mapa, o programa faz a articulação de parcerias entre o Poder público, os pequenos agricultores, os agricultores familiares, povos e comunidades tradicionais e o setor empresarial, visando a promoção e estruturação de sistemas produtivos baseados no uso sustentável dos recursos da sociobiodiversidade e do extrativismo.
Fonte: Mapa