O pesquisador visitante pelo Programa Ciências Sem Fronteiras do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) Timothy Green, do United States Department of Agriculture/Agricultural Research Service (ARS/USDA) apresentou em 17 de abril, na Embrapa Meio Ambiente (Jaguariúna, SP) os resultados de pesquisas utilizando o modelo AgES-W desenvolvido por sua equipe no Estado do Colorado, Estados Unidos. Trata-se de modelo hidrológico ajustado para aplicação em bacias agrícolas, englobando inclusive a dinâmica de nitrogênio e sua relação com a qualidade das águas fluviais. O pesquisador também discutiu o uso desse modelo em bacias no Brasil.
Green apresentou o trabalho realizado em uma microbacia agrícola de 56ha, em região semiárida localizada no norte do Estado do Colorado, sob cultivo de trigo intercalado por período de pousio anual em cada uma das parcelas estabelecidas em faixas.
Conforme Green, “para o estabelecimento das Unidades de Respostas Hidrológicas (URHs, ou HRUs, em inglês), da microbacia estudada, foram considerados os parâmetros topografia (caminhos preferenciais dos fluxos hídricos superficiais), uso da terra (faixas de cultivo de trigo e de gramínea nativa) e mapa de solos (três classes). Para a calibração dos parâmetros do AgES-W foram realizadas simulações de URHs isoladas para ajuste com as medições diárias de umidade do solo em diferentes cotas topográficas da bacia e profundidades do solo”.
A partir das simulações realizadas com o modelo a pesquisa de Tim Green pode responder sobre a variabilidade temporal e espacial do conteúdo de água no solo e do fluxo hídrico no canal de saída da microbacia, inclusive utilizando diferentes delineamentos no estabelecimento das HRUs.
A colaboração de Green se dá até o final de 2017, cumprindo visita de 30 dias a cada ano e ocorre no âmbito do projeto “Simulações espacialmente explícitas de bacias agrícolas em diferentes escalas na Bacia do Rio Jaguari – SP/MG”, aprovado junto ao CNPq, sob coordenação do pesquisador da Unidade, Ricardo Figueiredo. Integram ainda a equipe Robson Barizon, Maria Lucia Zuccari, Sandro Pereira e Ricardo Pazianotto, pela Embrapa Meio Ambiente e Patrícia Porta Nova da Cruz, bolsista PDJ/CNPq.
“Em sua palestra o pesquisador ressaltou também a utilidade do uso do modelo AgES-W em bacias no Brasil, e em especial em microbacias integrantes da Bacia do Rio Jaguari onde o projeto é desenvolvido, ressaltando a melhor adequação, para bacias pequenas, do modelo em foco, quando comparado com a aplicação do modelo SWAT, mais conhecido e utilizado em todo o mundo, característica esta que deverá ser testada conforme objetivos do projeto de cooperação”, enfatiza Figueiredo.
Cristina Tordin (MTB 28499)
Embrapa Meio Ambiente