NetZero e EISA anunciam parceria pioneira para construção de uma fábrica de biochar em Machado (MG)

NetZero, green tech francesa pioneira na valorização de resíduos agrícolas em biochar, e EISA café, Empresa Interagrícola S.A. do Grupo ECOM, anunciam a construção de uma fábrica de biochar em Machado (MG). As obras no município, localizado ao sul de Minas, maior região cafeeira do Brasil, começarão em abril, com previsão de início das operações até o final do ano.

Condicionador do solo que atua como uma poderosa “esponja de carbono”, o biochar ajuda na retenção de água e nutrientes de terras agrícolas, contribuindo também para a luta contra emissões de carbono e as mudanças climáticas. Atualmente, a NetZero atua em Lajinha (MG) e em Brejetuba (ES), onde está finalizando a construção da sua segunda usina no Brasil. As fábricas da NetZero recolhem as cascas de café de produtores associados e as utilizam como matéria-prima. Em troca, o cafeicultor recebe gratuitamente parte do biochar que é feito a partir de suas cascas e compra o restante próximo ao preço de custo.

Em Machado, a parceria será com a EISA, um importante ator local que faz parte do grupo ECOM, um dos maiores líderes globais no comércio de café, algodão e cacau. A EISA é conhecida especialmente pela sua penetração em diversos municípios da região e seu enorme potencial de processamento, armazenamento e comercialização de café.

“A NetZero caracteriza-se pelo trabalho em parceria com companhias que levam a sério a sustentabilidade, e a EISA se torna uma importante aliada nossa, especialmente pelo trabalho que realiza junto aos produtores de café da região. Estamos muito entusiasmados com esta nova fábrica e já vemos um grande interesse dos agricultores locais em participar do projeto”, afirma Pedro de Figueiredo, cofundador e CEO Brasil da NetZero.

De acordo com Carlos Santana Jr., diretor comercial da EISA, “esta parceria com a NetZero faz parte do roteiro estratégico da EISA para gerar valor aos agricultores, entregando soluções que possam conciliar produtividade, foco em uma agricultura regenerativa e consequente sustentabilidade da atividade do cafeicultor”.

Para os produtores de café, o uso do biochar permite reduzir em até ⅓ a aplicação dos fertilizantes no solo – os quais emitem importantes quantidades de gases de efeito de estufa – e, ainda assim, aumentar a produtividade das culturas.

A obra de Machado (MG) será nos mesmos moldes de Lajinha (MG) e Brejetuba (ES), e terá capacidade para produzir mais de 4.000 toneladas de biochar por ano, o que permitirá cobrir anualmente cerca de 1.200 hectares de café, além de remover anualmente mais de 6.000 toneladas de CO2 equivalente da atmosfera – isso sem contar as emissões evitadas ligadas ao menor uso de fertilizantes químicos. O investimento previsto é de cerca de R$ 20 milhões.

Sendo uma forma altamente estável de carbono extraído de resíduos de biomassa, o biochar é aplicado apenas uma vez no solo com efeitos muito duradouros. Ele é uma solução sustentável para a agricultura reconhecida pela Organização para a Alimentação e Agricultura (FAO) e pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), duas das organizações mais importantes das Nações Unidas.

Desde a sua criação em 2021, a NetZero recebeu vários prêmios internacionais pelo seu modelo inovador que visa trazer o biochar em escala. Em particular, a empresa foi reconhecida em 2022 como um dos 15 projetos de remoção de carbono mais promissores do mundo no concurso internacional XPRIZE Carbon Removal, da Fundação Elon Musk.

Fonte: Janaína Kalsing