Esse foi o anúncio que a ABMRA usou para a retomada do Comitê de Produtos e Serviços, que contou com a palestra do prof. Thiago Bernardino
“O que esperar do agronegócio em 2022 e, não só neste ano, mas até 2030?
Qual o cenário pela frente? E a dinâmica dos negócios: será outra?”. Thiago
Bernardino, professor de Economia e Gestão da UNESP/Botucatu e do MBA em
Agronegócio da USP, além de pesquisador do CEPEA, começou com
questionamentos importantes sua participação na primeira reunião do Comitê
de Produtos e Serviços da ABMRA (Associação Brasileira de Marketing Rural e
Agronegócio).
“Fatores diversos como Covid-19, valorização dos grãos com elevação dos
custos de logística e frete, taxas de juros, inflação, questões
socioambientais e, principalmente, o cenário de guerra entre Ucrânia e
Rússia e suas implicações geopolíticas e estratégicas – inclusive porque a
Ucrânia está entre os maiores produtores de grãos do mundo -, além das
questões energéticas e, claro, o constante aumento da população mundial
cobram o aumento da produção de alimentos de forma global. O cenário é
complexo, assim como as soluções”, diz o especialista.
Ele ressalta que, nesse ambiente, quando se fala nos desafios do Agro em
2022, é preciso pensar em um ambiente macro, inclusive de inflação global.
“Internamente, isso representa aumento da taxa de juros e elevação dos
preços, mas as implicações são muito mais amplas. Estamos em ano de eleição
e preocupa o plano safra 2022/2023, visto que o governo certamente vai
querer agraciar o eleitorado. O problema deve estourar no próximo ano, com o
mesmo ou um novo governo. Há ainda taxa de câmbio e os insumos dolarizados.
A pressão é muito grande para o nosso país”, alerta o professor da UNESP.
Thiago Bernardino destaca a importância das novas tecnologias para produzir
mais e melhor com menos custos. “O Brasil está entre os principais
produtores de alimentos e fontes de água do mundo. Porém, é importador de
fertilizantes e moléculas necessárias para a pecuária, o que se torna um
problema imenso em temos de cenário global instável”.
Fernanda Ibañez, diretora dos Comitês da ABMRA, reforçou a importância da
discussão de temas macroeconômicos pelas empresas associadas, tendo em vista
as difíceis definições estratégicas a serem tomadas. Nesse sentido, ela
destacou que os Comitês também pretendem dar atenção à forma como o
agronegócio se comunica, fortalecendo a missão da ABMRA, que é contribuir
para o fortalecimento do marketing e da comunicação no Agro. “A proposta é
ter debates como fontes de conteúdo atualizado para beneficiar todos os
envolvidos. Promover essa experiência aos nossos associados é vantajoso para
todos. São mais cabeças pensando e contribuindo com diferentes soluções”,
completa Fernanda.
O presidente da ABMRA, Ricardo Nicodemos, aproveitou o evento para
apresentar os projetos da ABMRA para 2022 e um recorte dos resultados da 8ª
Pesquisa ABMRA de Hábitos do Produtor Rural, que ajudam as empresas a
tomarem decisões com mais precisão e baseadas em informações confiáveis. Ele
destacou o fato de que apenas 10% dos produtores têm nível superior completo
e que a idade média dos agricultores e criadores é de 46,4 anos. “Ao olhar
essa informação, é importante que as empresas e agências tenham atenção na
criação das mensagens. Ou seja, quanto mais simples, quanto mais fácil o
entendimento, melhor será o resultado”.
Os associados da ABMRA presentes à conversa com o prof. Thiago Bernardino
também participaram da Rodada de Negócios, que discutiu diversos temas, como
a importância do mix de comunicação e os eventos – que deixam de ser on-line
e voltam a ser presenciais – aliás, uma expectativa apontada na 8ª Pesquisa.
“Nós realmente percebemos que alguns clientes sentem saturação dos eventos
on-line, especialmente com palestras teóricas. Por outro lado, eles preferem
ter reuniões internas virtuais. Acredito que a tendência é termos um mix,
com conteúdo e informação na parte digital e eventos presenciais”, assinala
Rosemarie Vidor, da Elanco Saúde Animal, empresa associada da ABMRA.
Fonte: Texto assessoria